Amor vem de nós e demora...

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Notas do autor: Queria ter postado ontem, já que era o aniversário do maioral @ e essa fic está sendo feita para ele, mas acabei não conseguindo finalizar o capítulo a tempo TT_TT
Feliz aniversário de novo, Diih <3 vc é maravilhoso, precioso dms, te amo muitão!Agora, sem mais, boa leitura a todos <3


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Amor é cristão, sexo é pagão

Amor é latifúndio, sexo é invasão

Amor é divino, sexo é animal

Amor é bossa-nova, sexo é carnaval

Aventurine acordou mais um dia, levantou-se sonolento e se banhou antes de descer para comer alguma coisa. O café estava pronto; Ratio, Argenti, Boothill e Sunday estavam reunidos ao redor da mesa numa conversa animada, as risadas enchiam a cozinha junto ao cheiro de café e torradas amanteigadas. Aventurine se pegou sorrindo enquanto servia uma xícara de café para si; o café feito por Ratio era gostoso, mas talvez fosse apenas impressão, e o que realmente tornava gostoso era o momento. Não estava mais sozinho e a casa não parecia gigante e vazia.

Os empregados estavam na casa, mas Ratio gostava de preparar o café da manhã por si só, dizia que era um momento que tirava para fazer uma reflexão e aproveitar o tempo em uma atividade que não envolvia tanto raciocínio assim. Aventurine ficava feliz, porque achava o café dele mais gostoso que o da cozinheira. A cozinheira também ficava feliz, pois com Ratio preparando o café da manhã ela podia entrar mais tarde no trabalho. Havia uma parceria entre eles, de forma que fosse mais confortável para ambos, e Kakavasha observava aquilo e sentia de algum jeito que tudo parecia estar como tinha que estar.

Ratio era menos arrogante do que parecia num primeiro momento. Ele sempre era gentil e ajudava os empregados como podia, e várias vezes o dono da casa tinha pegado a divindade ajudando os filhos dos empregados com as tarefas da escola, ou ajudando na arrumação da casa. O loiro tinha pensado que ele era uma pessoa grosseira e esnobe, mas ver ele ajudando as pessoas e desenvolvendo meios de facilitar o trabalho dos empregados da casa era um sinal claro de que talvez houvesse mais do que só um belo par de bíceps nele.

Não que Aventurine estivesse pensando naqueles bíceps, claro.

Por outro lado, algo de um sentimento similar parecia derreter as camadas geladas ao redor do pensamento rígido de Ratio. Aventurine não era mesquinho; seus empregados o tinham com muito carinho e a relação dele com Boothill, Argenti e Sunday deixava claro que ele era muito mais pelo lado gentil da moeda.

Aventurine era alguém que entrava nas brincadeiras, e a implicância que havia entre o dono da casa e o deus do conhecimento era, em certo grau, até mesmo divertida para ambos. O loiro era mais inteligente do que parecia e comprovava isso a cada dia. Ratio por vezes se sentia tentado em provocá-lo para ver até onde ia seu raciocínio lógico e onde começava a sorte, que ele provava ter mais que o próprio Boothill.

E por falar em Boothill, era engraçado vê-lo tentando aproximar-se de Argenti um pouco mais a cada dia era fofo. Boothill era desajeitado, visivelmente, e muitas vezes era justamente seu jeito desengonçado que fazia Argenti rir até parecer aceitável beijá-lo — mas, claro, Argenti não disse isso tão facilmente.

Naquela manhã, depois do café, todas as divindades saíram para algum compromisso que Aventurine não sabia qual era, provavelmente algo do mundo celestial, no qual os mortais não deviam meter o nariz. Ratio voltou primeiro, e juntou-se ao loiro na sala da casa, cada um em um canto do sofá a ler um livro. O silêncio não incomodava no início, mas era difícil manter a concentração. Aventurine sentado preguiçosamente, com as pernas para cima do sofá e as costas contra o braço do mesmo, vira e mexe percebia-se desviando o olhar para o perfil bonito da divindade, para os louros de ouro do acessório de cabelo que contrastava com os cabelos cor púrpura, para os olhos dourados que atenciosamente miravam as letras sobre o papel.

Os cílios escuros que adornavam os olhos de Ratio eram tão bonitos...

— A-ham.

A voz chamou a atenção de Aventurine, tirando-o de seu devaneio e fazendo-o arregalar seus olhos e seu rosto esquentar violentamente ao perceber que Ratio agora o encarava. Uma expressão nova estava no rosto da divindade, que parecia muito menos irritado pela encarada do que o loiro esperaria e muito mais envergonhado.

— Perdeu algo no meu rosto, senhor Avgin? — a divindade perguntou, fazendo o loiro engolir seco e pensar rápido em uma resposta.

— Quem disse que eu estava olhando pra você? — Resposta errada, Aventurine.

— Resposta errada, Aventurine. — Ratio respondeu como se lesse seus pensamentos, fazendo o loiro se espantar.

— Credo! E qual é a resposta certa então? — respondeu debochado.

— Eu sou tão lindo quanto sou inteligente e você se perdeu em pensamentos procurando algum defeito em mim, apenas para se decepcionar, pois não tenho nenhum defeito. — Ratio debochou igualmente, colocando o livro para o lado e virando-se de frente para o loiro, cruzando os braços.

Quando ele cruza os braços assim, seu peitoral e os bíceps parecem triplicar de tamanho...

— A humildade! Não preciso nem procurar um defeito, você já esfrega seus defeitos na minha cara todos os dias, Veritas Ratio. —- o nome do deus sambou na ponta da língua afiada de Aventurine com o tempero de uma passista na avenida Sapucaí em pleno carnaval carioca.

— Raposa insolente! — Ratio proferiu, estreitando os olhos provocativamente. — Ao menos olhe para a minha cara e não para as minhas tetas enquanto fala comigo, então. Não adianta me insultar se não consegue negar que sou lindo e inteligente.

Aventurine rolou os olhos nas órbitas, embora suas orelhas queimassem de vergonha.

— Eu não vou me tornar um mentiroso só pra te humilhar, quando sua beleza e inteligência não compensam seu caráter terrível. E, em todo caso, eu não tenho nenhum problema em admitir que você é bonito, até porque eu sou ainda mais bonito.

— Não sei onde!

— Então diz na minha cara! Diz na minha cara que eu sou feio, eu duvido!

O loiro apostou, aproximando-se com tom de desafio. Ratio cobriu a aposta, aproximando-se com olhar ferino, ficando a poucos centímetros de distância do loiro. Implicantes como só eles, se encararam por vários instantes, trocando insultos telepáticos. Aventurine estava certo que ele não faria, e Aventurine nunca perdia uma aposta.

— Você... — Ratio começou. Estava tão perto que Aventurine sentia sua respiração contra o rosto. — Você é feio.

— Oh! Você não ousou! — Aventurine respondeu indignado.

— E se eu ousei? — a divindade não deu para trás.

— Você está mentindo! Mentiroso deslavado! — Aventurine apontou um dedo bem no meio do peito do maior, indignado.

— Você apostou que eu não era capaz de te chamar de feio, não que eu estaria sendo sincero ao fazê-lo. Essa eu ganhei, Kakavasha Avgin. — Ratio disse confiante, deixando um sorriso de canto se desenhar em seu rosto.

O loiro demorou uns instantes para digerir, ficando irritado, mas então sentindo o rosto queimar e uma impulsividade vir com tudo, fazendo-o agir como se não fosse se arrepender depois.

Cortou a pouca distância entre eles num instante, seus lábios se colando aos lábios de Ratio, que rapidamente o abraçou pela cintura como se estivesse se contendo há muito tempo. A língua do mais alto adentrou sua boca e o loiro a envolveu na sua própria, movendo-as juntas, ofegando de leve ao se ajeitar no sofá, subindo no colo de Ratio como se não o detestasse. As mãos grandes em sua cintura faziam um calor subir por seu corpo. De repente o mundo inteiro se resumia àquele momento, e Aventurine não tinha a menor ideia do que tudo aquilo significava.

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Notas Finais: O próximo capítulo deve ser hot <3

Amor é Sorte (Ratiorine)Onde histórias criam vida. Descubra agora