Amor é Sorte (Ratiorine)

Amor é prosa, sexo é poesia

Amor é para sempre, sexo também

Sexo é do bom, amor é do bem

Amor sem sexo é amizade

Sexo sem amor é vontade

Lábios colados, respiração descompassada, calor.

Aventurine não tinha pensado nunca em levar aquele homem para sua cama, mas certamente não havia nada de errado em fazer sexo no sofá, ainda mais quando estavam a sós em casa... seria rápido.

Ratio sugou-lhe o lábio inferior e prendeu-o entre os dentes, soltando pouco antes de descer os lábios para seu pescoço, explorando a pele com sua língua, arrastando os dentes de leve, fazendo os pelos do corpo do humano arrepiarem-se por completo. Uma química louca tomava o cérebro do loiro, prazer espalhava-se por sua corrente sanguínea. Felizmente tinha deixado o pensamento intrusivo vencer, não tinha como Veritas não estar tão tentado quanto Kakavasha estava naquele momento, a tensão sexual era palpável.

Deixou as mãos descerem dos ombros para o peito de Ratio, espalmando seus dedos nos músculos macios, satisfazendo sua vontade de apertá-los. O deus não reclamou, puxou mais o quadril de Aventurine para colar seus corpos. Aventurine sentiu o perigo avançar em si: ia mesmo seguir em frente? A mordida em seu maxilar afastou as dúvidas, não tinha como não fazer aquilo. Caso se arrependesse, seria um problema para seu "eu" do futuro lidar. Era melhor se arrepender do que não ter feito.

Os dedos de Ratio adentraram sua camisa, subindo pela pele, causando arrepios. Arrastavam-se por suas costas, traçando a linha de sua coluna, apertando seus corpos juntos. Sentia-se ferver. Um gemido baixo e arrastado escapou de seus lábios instantes antes da boca do deus voltar a cobrir a sua, abafando sua voz, enroscando suas línguas mais uma vez num contato quente e necessitado. Sentia o membro de Ratio enrijecer entre suas pernas e isso fazia seu ego crescer: uma divindade literal estava o desejando.

Aventurine escolheu provocar. Moveu seu quadril, rebolando contra o colo do mais alto, deixando claro que queria aquilo tanto quanto ele, esfregando-se contra a ereção que se formava sob as roupas do mais velho. O observou pelos olhos entreabertos, vendo o rosto bonito da divindade entregue àquele beijo, os cílios escuros dos olhos fechados destacando-se contra a pele branca, agora um tanto corada pelo calor que o tomava.

Os olhos se abriram e Ratio findou o beijo. Aventurine quase reclamou, mas antes que o fizesse, os motivos foram explicados; Ratio afastou-se apenas o suficiente para retirar a camisa do loiro antes de voltar a beijá-lo. Aventurine ergueu os braços para facilitar o trabalho do mais alto e logo a camiseta estava ao chão e ninguém mais se importava com ela. As mãos de Ratio estavam livres para explorar o corpo esguio do loiro, e o faziam com avidez, traçando as linhas e curvas do corpo, sentindo a textura macia da pele, estimulando-o a continuar a rebolar para si ao apertar sua cintura.

Não era o bastante.

Precisava de mais.

O loiro desceu uma mão pelo abdômen do mais velho e subiu a outra para sua nuca, envolvendo os dedos nos fios escuros de seu cabelo e puxando de leve. A mão que desceu, ousada, esgueirou-se por cima das roupas da divindade, acariciando sua intimidade sem pudor, apertando com suavidade, fazendo que um som abafado escapasse da garganta do deus do conhecimento.

Ratio estava perdido naquelas mãos, naqueles lábios, entregue à luxúria e à ganância da carne, envolvido pelo prazer mundano e mortal. Não havia dúvidas de onde aquele caminho levaria; a lógica calcularia perfeitamente as idiotices que a matéria desejava e os rumos que suas ações teriam a partir do momento em que escolheu ignorar seus próprios pensamentos em prol de viver o que seus instintos pregavam. Tão idiota quanto o loiro e quanto Boothill que entregavam o destino a própria sorte, Ratio se entregava ao desejo.