Lex pov
Ao acordar pela manhã,fiquei jogadona na cama mexendo no celular. Até chegar uma mensagem de um número desconhecido,abri a mesma e soltei uma risadinha quando li a mensagem.
Xx XxXx-XxXx:Hey,é o Igor,quer ir tomar um sorvete? Gostei muito da nossa conversa ontem.
-Claroo,aonde posso te encontrar?
Advogado gostosão:Me avisa quando tiver pronta que eu te busco.
Nem respondi a última mensagem e já corri pro banheiro,tomei um banho generoso,e coloquei uma roupinha simples. Avisei o mesmo que estava pronta como ele pediu,e já fui saindo de casa. Assim que abri a porta ele já estava lá me esperando,abriu um sorriso e me comprimentou com um beijo na bochecha.
—Você está linda Alessandra—Sorriu e eu fiz careta.
—Lex,por favor. Me chama de Lex—ele assentiu meio envergonhado.
Saímos rumo a sorveteria conversando,e por mais estranho que pareça,era como se o conhecesse a anos. Por alguns minutos,senti uma paz no peito,pude até mesmo jurar que não iria mais precisar esconder quem sou,ou como sou.
Perdi esta certa paz quando observei a loira platinada adentrar na sorveteria com outras duas colegas atrás de si. Prendi a respiração quando reconheci o corpo magro e alto de Bruna. Ela caminhou pacientemente até Igor que abriu um sorriso desajeitado,os mesmos se abraçaram,e Igor olhou pra mim ainda com Bruna em seus braços.—Lex,essa é minha irmã,Bruna.—a mesma demorou alguns segundos pra assimilar quem eu era. E quando finalmente percebeu,pude ver a raiva estampada em seus olhos,e a falsidade em seu sorriso.
—É um prazer conhecer você Lex—ela estendeu a mão para mim e eu apertei a mesma tentando esconder o claro sentimento de desconforto em meu rosto.
—Digo o mesmo Bruna—Tanto eu quanto ela sibilavamos os próprios nomes como cobras brigando. Sabíamos segredos sujos uma da outra,e isso poderia arruinar nossas vidas em um passo de mágicas.
Bruna era uma garota nova da Paradise,tinha chegado a mais ou menos a uns cinco meses. Alegando precisar muito de um emprego,Sr.Alfredo não era bobo. Quando viu a garota nova e disposta a se comprometer não deixou a oportunidade passar fácil. Ela ficava no salão fazendo os programas dela,mas não era isso que ela queria. Tentava o tempo todo convencer a Malu a deixa-la ir para os palcos,só que a querida Secretária do senhor Alfredo não gostava nem um pouco da arrogância da platinada,então Malu tentava incansávelmente tirar a menina da Paradise.
—Bom maninho,eu tenho que ir,as meninas estão me esperando. Pode me emprestar seu cartão?—Ela sorriu piscando os olhinhos como uma criancinha. Apertei meus olhos com tamanha falsidade,e quis voar no pescoço dela no mesmo instante.
O moreno exitou por um instante,mas respirou fundo,tirou carteira do bolso e tirou da mesma um cartão dourado, entregando para sua amada irmã.
Bruna saiu saltitante da sorveteria,enquanto eu e Igor tentávamos não comentar sobre o assunto. Ele apenas se limitou em dizer que sua irmã era complicada.—Entendo bem,minhas irmãs também não são fáceis—abri um sorrisinho fazendo o mesmo fazer uma careta de confusão.
—Como assim irmãs? Achei que só tivesse a Isa—
—De sangue sim,mas a Naty é como uma irmã pra mim. Crescemos juntas,fizemos tudo juntas. E quando quis matar a Isa bebê,foi ela que me ajudou a superar a "perca do protagonismo" de filha única—Dei risada sem graça e o mesmo riu junto, provavelmente achando um absurdo o que eu acabei de dizer.
—Sabe,eu tento agradar ela de todas as formas para que ela não sinta..—ele parou de falar,e seus olhos se perderam em algum lugar entre o sorvete de chocolate com menta a sua frente. O moreno respirou fundo como se cogitasse a ideia de sair correndo,seu olhar se levantou e me encarou como se pedisse permissão para se abrir.
—Eu apenas quis dar tudo pra ela,para que ela não sentisse falta dos nossos pais...Eles não foram o melhor exemplo pra nós,tive uma infância difícil. Tudo que eu fiz na vida,eu fiz por ela,mas acho que isso acabou mimando ela demais.—Seu rosto se retorceu em negação,e depois de muito brincar com o sorvete acabou apenas afastando o sorvete de lado. Pude ver as emoções passarem correndo em seu rosto como se decidisse o que fazer com toda aquela informação que tinha acabado de soltar.
Nem eu mesma sabia o que fazer com toda aquela bomba que tinha acabado de ser jogada no meu colo. Um homem como Igor,não era o tipo de cara que parecia ter sofrido com o que aconteceu.
Sempre esforçado,saindo da realidade que ele vivia,para dar uma vida melhor para irmã. Eu já sentia ódio daquela vadia da Bruna,mas escutar as palavras de seu irmão e perceber que o mesmo sempre lutou para que ela não precisasse encarar a realidade que ele encarou,me fez perder o ritmo da respiração e querer pisar no pescoço da mesma.Minha boca abriu e fechou algumas vezes pensando seriamente em lhe contar a verdade. Mas a verdade nem sempre é algo que se deve contar,em minha mente passou varias possibilidades de como lhe contaria que sua irmã era uma verdadeira desgraçada.
"Aí Igor,sabe a Bruna? Pois é,ela alega que você expulsou ela de casa por isso ela faz o que faz naquela merda de boate"
"Igor,sabe sua irmã? Pois é,ela é puta"
"Gatinho vamo ali naquela boate super badalada? Ah eu só quero te mostrar o emprego da sua irmã,que aliás é muito bem remunerado,ganhando até mais que você".
"Sabe aquele cartão que você emprestou para ela que ela com certeza vai estourar? Ela só pediu por que ontem todo o dinheiro que ela ganhou com os programas dela,ela encheu o cu de cocaína".Balancei a cabeça tentando afastar meus próprios pensamentos,sabendo que não eram a melhor coisa a se fazer. Se eu contasse que Bruna era uma vagabunda,como eu explicaria que eu também sou? O jogo se viraria contra mim pelo simples fato de Bruna trabalhar comigo.
Respirei fundo,peguei na mão dele fazendo um leve carinho,e dei o meu melhor sorriso pra animar ele.—Voce é um homem maravilhoso Igor,e é só com isso que deveria se importar.—seus olhos acharam os meus e ele acabou devolvendo o sorriso com as bochechas levemente rosadas.
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Lá No Morro
FanfictionEu tinha 15 anos quando vi ela ser algemada e jogada contra o capô da viatura. Eu estava perplexa demais pra reagir,meus olhos insistiram em deixar cair lágrimas que em instantes inundaram o meu rosto. Os olhos dela pegavam fogo pelo ódio,mas quando...