Quem diria que uma jovem secretaria seria capaz de quebrar o coração do grande cantor, compositor e empresário que havia se trancado para o mundo do amor após uma misteriosa decepção?
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Ana Flavia
Me surpreendo ao ver Gustavo entrando na balada acompanhando de Murilo. Jamais imaginei que ele viria.
-Sabia! –Duda sussurra em meu ouvido e eu a encaro com um olhar mortal.
No inicio me sinto desconfortável de me soltar na presença dele, afinal ele é meu chefe e não gosta nenhum pouco de mim, mas logo Giana me tranqüiliza.
-Ei, aqui ele é só o chato do Gustavo e não seu chefe. Aproveita a noite e esquece a existência dele. –Ela fala de maneira simpática me entregando um corpo de wisky.
-Tenho medo que isso interfira no profissional. Eu preciso muito desse emprego, Gi. De verdade! –Falo tomando um gole da bebida.
-Relaxa! Você tá comigo. –ela afirma e em seguida me puxa para a pista de dança e eu decido escutar seus conselhos.
Se a alguns minutos atrás eu estava quieta, agora já não estava mais. O álcool já havia me feito perder a vergonha e tudo que eu queria era beber, dançar e me divertir juntamente com as meninas. Sem me importar com o chato do meu chefe me encarando.
Danço livremente pela pista de dança com um imenso sorriso no rosto. Apesar do pouco tempo de convivência, me sinto totalmente a vontade com as meninas. Até mesmo com Bruna que conheci hoje.
Por sorte, Duda também se deu bem com todas elas. Tiramos algumas fotos e postamos varias delas de maneira divertida.
-Aninha do céu! –GI grita um pouco alterada se abanando. –Aquele moreno ali tá só te secando, você não notou?
-Não. Nem prestei atenção. -Falei olhando para o moreno um pouco mais a frente que realmente me encarava.
Ele era um gato. Exatamente do meu tipo, moreno, alto e com um sorriso lindo.
O vejo sorrir para mim e sorrio de volta.
-Menina do céu! Aproveita! –Gabriela se aproximando nos fazendo gargalhar e logo Bruna e Duda se juntam querendo saber qual o motivo da fofoca.
-Para de ser besta Ana Flavia. Vai lá! –Duda falo e eu nego rapidamente.
-Deixa que eu resolvo isso. –Giana diz caminhando em direção ao moreno e eu quase surto.
Não demora muito para que ela volte com o moreno me fazendo ficar vermelha de vergonha.
-Licença meninas! Tudo bem? –Ele fala educadamente, mesmo que não der pra ouvir direito.
As meninas o cumprimentam cordialmente, mas logo se afastam um pouco nos deixando "sozinhos".
-Prazer, meu nome é Lucas e o seu?
-Ana Flavia!
-Nome bonito! Combina com você. –Ele se aproxima, sussurrando em meu ouvido. –O barulho aqui tá grande, o que faz ter a grande honra de ter que falar pertinho de você e sentir meu o seu cheiro.
Suspiro encantada e sentindo um arrepio. Maldita hora que fui beber.
Passamos alguns minutos dançando e conversando, ate que ele me chama para ir para um local mais reservado e eu rapidamente aceito.
Os últimos dias não foram fáceis e uns amassos com certeza me falaram relaxar para aguentar a semana puxada que terei.
Caminhamos em silencio e assim que passo por onde Gustavo estava sinto seus olhos queimarem em mim.
Que porra é essa? Será que estou vendo coisa demais?
Não consigo pensar muito sobre isso, pois logo sinto o moreno que antes dançava comigo, me colocar contra a parede e sem mais delongas, colar nossos lábios em um beijo cheio de urgência.
Suas mãos passeiam por meu corpo e eu sinto um certo desconforto não conseguindo aproveitar o momento.
Antes que eu pudesse pensar em me afastar, escuto uma voz rouca que eu conheço bem.
-VOCE TÁ MALUCA? –Ele grita nos fazendo afastar rapidamente.
-Gustavo? –Falo confusa.
-Tudo bem, parceiro? Você é algo dela? – Lucas fala encarando Gustavo com uma cara nada boa.
-Chefe. –ele responde de forma rude.
-Até aonde eu sei, ela não estar em horário de trabalho. Será que você poderia deixar de ser idiota e inconveniente e nos deixar terminar o que estávamos fazendo antes de você chegar?
-Idiota seria o soco que eu iria te dar se não tivesse o mínimo de senso restante em meu cérebro. Agora me da licença que ela vai comigo.
Sua voz era ainda mais grossa, sinto uma pontada de raiva e fico confusa em relação ao que estava acontecendo ali.
Porque Gustavo estava incomodado com aquilo?
-Isso se ela quiser né? Querida, faça a sua escolha. Deseja continuar fazendo o estávamos fazendo ou ir embora com seu chefe chato e rabujento? –Vejo Gustavo trincar a mandíbula.
-Lucas, depois continuamos. Eu preciso resolver umas coisinhas com o meu querido chefe. -Falo tenha do evitar grandes conflitos e vejo Gustavo soltar uma risadinha de deboche.
-Se você prefere assim, qualquer coisa estou na pista de dança. Te garanto que comigo sua noite será bem mais divertida. -Ele deixa um beijo em meus pescoço e se despede.
-Agora será que você pode me explicar que showzinho foi esse Gustavo? -O encaro com uma mistura de irritação e confusão com o que havia acabado de acontecer.
-Showzinho? Showzinho era o que você estava fazendo aqui. -Ele responde de maneira debochada e eu tenho que respira fundo para não perder a razão.
-Gustavo, o que estava acontecendo aqui então dois adultos solteiros, aproveitando a noite. O que tem de errado nisso, caralho? -Demonstro um porcento da minha irritação.
-Ana Flávia, não sei se você se recorda, mas agora você trabalha pra uma pessoa pública, não pode estar se expondo assim.
-Você é realmente mais idiota do que eu pensava, Gustavo. Você disse bem, eu trabalho pra uma pessoa pública, eu não sou uma pessoa pública. Você acha o quê, que o Léo Dias vai lançar uma matéria contando que a secretaria do grandioso Gustavo Mioto estava ficando com alguém? Ah, se toca Gustavo! O mundo não gira em torno de você não.
Falo e dou dois passos em direção a saída, mas logo sinto suas mãos me segurarem. Apesar da raiva que eu estava sentindo, não tive como não perceber o choque que meu corpo teve ao sentir sua pele na minha.
-Eu sou chefe, você me deve respeito. -Ele fala me olhando nos olhos.
-Eu não estou em horário de trabalho, me deixa em paz, Gustavo. -Falo juntamente forças para me soltar e sair dali.
