Capítulo 02

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𝐆𝐘𝐔𝐌𝐄𝐒𝐇𝐈
―୨୧⋆ ˚

Shinobu marchou para fora do quarto, mas teve que voltar não muito tempo depois para recolocar o equipo novamente no braço de Tomioka. Mesmo sem o resultado do exame, era melhor prevenir do que remediar.

Kanae havia dito que foi convocada para uma nova missão, e deixou a menina que trouxeram quando foram a cidade buscar por um novo fornecedor de ervas medicinais sob os cuidados dela. A pobrezinha nem mesmo possuía um nome, seus pais foram cruéis o suficiente para não registrá-la e maltratá-la durante seus nove anos de vida. Por fim, a colocaram à venda.

Shinobu limpou-a com água morna e muito sabão, mantendo o cuidado a todo momento. Ou, talvez, ela tenha se deixado levar um pouco pela raiva e estresse e acabou colocando força demais nos braços, entretanto, a criança não reclamou nenhuma vez.

Na verdade, ela não havia falado nada ainda, desde que a encontraram sendo arrastada por uma corda amarrada em seu pescoço por um homem muito hostil e mal educado, o que era, no mínimo, preocupante. Ela deveria ter se rebelado e se debatido, gritado por ajuda, porém, não o fez.

Shinobu se perguntou se ela ao menos sabia falar.

Saindo de seus devaneios com um soído diferente, encontrou Giyu a encarando em silêncio.

— Perdeu algo em mim? — questionou.

— Já fazia cinco minutos que você lavava as mãos.

Ela o encarou de volta, raciocinando, enquanto uma interrogação era exibida em sua face. Levou os olhos até as próprias mãos erguidas e paradas em baixo da torneira, estavam encharcadas, mas não mais sendo molhadas pela forte corrente de água, pois ele havia fechado o registro. Suas bochechas se aqueceram quando ela notou que ele estava certo, mas nunca admitiria que deveria ter lavado por somente 30 segundos.

— Olha só! O Hashira da Água não se hidrata mas tem um pouco de consciência sobre desperdício, aparentemente. — ironizou.

— Mas você não, aparentemente.

— E o que isso tem a ver com você?

Balançou a mão fortemente, espalhando gotículas do líquido por toda a proximidade. Algumas molharam o rosto de Giyu, que piscou lentamente e esfregou o local, sem esboçar sua indignação.

De alguma forma, ela parece ter percebido, pois se levantou irritadiça e de bochechas ainda mais rubras, deu a volta na cama e se abaixou na frente da mesa de cabeceira, abrindo a última gaveta e tirando de lá um tecido e uma caixinha. Ao se levantar, jogou-os em seu colo com rudeza, contendo a vontade de acertá-los bem em seu nariz.

— Disse que queria tomar banho. Aí está.

Era uma yukata. Ele constatou ao desdobrá-la por inteiro.

Assim que Shinobu se virou e fez menção de sair do quarto novamente, ele se apressou em dizer:

— Não deveria ter colocado esses tubos depois do banho? Vou ter que tirar eles.

— Isso é problema pra você do futuro, desde que não molhe o acesso. Tem um curativo impermeável aí no meio.

— Não sei onde fica a casa de banho.

— É só procurar.

E, por fim, o deixou sozinho. O Pilar suspirou, percebendo o quanto sentia vontade de ir para casa.

Depois de buscar um pouco, Giyu descobriu que na parte externa da Mansão das Borboletas havia tanto um sentō quanto um kashikiri. Provavelmente, a primeira alternativa era mais conveniente quando muitos pacientes estão internados; entretanto, Tomioka não se encontrou com ninguém durante o trajeto até lá e muito menos quando chegou, o que o levou a escolher a segunda opção. Afinal, a casa de banho privativa era muito mais adequada para ele, levando em conta sua personalidade nada extrovertida e extremamente antissocial.

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⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

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