Capítulo 9

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| Kenma Kozume

"Eu te amo"
"Eu te amo"
"Eu te amo"
"Eu te amo"
"Eu te amo"

A voz dele ecoava na minha cabeça enquanto ainda nos encarávamos cansados.

Que porra aquilo significava? O que iria acontecer agora? O que eu deveria dizer?

"Eu te amo"
"Eu te amo"
"Eu te amo"

Sentia meu coração acelerar a cada segundo, enquanto meus pulmões se reprimam sem ar...

-Kenma? - Ele me chamou mas sua voz estava distante. - Você tá bem?

Minha cabeça se encheu de perguntas e suposições, entrando em colapso com aquela declaração.

Não
Não
Não

Rápido demais, está tudo rápido demais.

Os beijos
Os orgasmos
Dividir quarto

Ele me amar...

Era muito pra mim...

Eu não tinha conseguido nem absorver o fato de estarmos se beijando e tocando tão livremente no corpo um do outro...e agora ele diz que me ama?

Eu não sabia nem como me sentir sobre tudo que estava acontecendo nos últimos dias, em como daria um jeito nas merdas que meu pai tinha feito..

Puta merda, ele me ama?
O que caralhos isso era? O que significava? O que era amar alguém?

-Respira, Kenma. - Kuroo me chamou de novo e só então percebi que estava hiperventilando. - Você precisa respirar.

Fechei os olhos e foquei em levar um pouco de oxigênio para cabeça, porque ela com certeza não estava funcionando como deveria.

-Eu não devia... - Tetsurō disse baixinho se afastando de mim. - Desculpa, não é um bom momento...eu sei.

Ele se sentou na cama, ainda sem camisa, e esfregou a nuca envergonhado.

-Acabou saindo. - Sua voz estava fraca, e ele mal conseguia me olhar. - Mas não foi da boca pra fora...eu já queria te falar isso antes.

Sentia meu mundo em confusão, como se tudo tivesse saído do lugar e eu não soubesse mais onde cada coisa pertencia.

-Eu não sei o que sinto. - Disse me encolhendo no outro canto. - Tudo está acontecendo muito rápido. Eu...eu

Sentia meu peito doer de tanto que meu coração se debatia, até que Kuroo colocou a mão na minha cabeça e fez um carinho.

-Eu sei, gatinho. - Ele sorriu de lado ainda sem jeito, mas tentando me acalmar. - Vamos dormir.

Concordei com a cabeça e me acomodei em baixo das cobertas novamente, mas logo sai quando ouvi Kurro abrir a porta.

-Vou dormir na sala hoje, tudo bem? Até amanhã. - Ele pegou seu travesseiro e colocou em baixo do braço.

Abri e fechei a boca, não conseguindo dizer nada.

Kuroo passou pela porta e eu vi quando seu sorriso se desfez ao deixar o quarto.
Foi quando uma nova dor tomou conta de mim, mais forte que todas as outras.

Eu tinha deixado ele triste.

Isso era novo na nossa relação, nunca tivemos problemas ou brigas tão intensas a ponto de realmente magoar um ao outro. Mas Kuroo estava triste, e eu sabia que era por minha culpa.

Eu não sabia como agir, como falar...eu não sabia como amar.

E mesmo eu sendo assim, aquele idiota ainda era compreensivo e me acolhia, até pedia desculpas por confessar seus sentimentos.

Before A War For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora