Capítulo 13

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| Kuroo Tetsurō
Abri os olhos com a claridade, acordando de um sono profundo depois de ir dormir em paz ao ouvir Kenma dizer que era meu.

Apesar de não ser um eu te amo, ele havia reconhecido que sentia algo por mim. Ele tinha confirmado que era meu, e isso já bastava. Eu seria paciente, lhe daria tempo e espaço para processar nossa relação.

Tateei a cama confuso, já que o garoto não estava nela. O que era estranho, já que Kenma sempre acordava depois e com muito esforço.

Me sentei devagar, ainda sonolento demais para começar o dia.

Não consegui conter o sorriso bobo ao me levantar, indo até a cozinha lhe dar bom dia ou quem sabe até um beijo, se ele estivesse de bom humor poderia até abraçá-lo um pouco.

-Gatinho? - Chamei confuso ao não encontrá-lo, voltando para o quarto e checando o banheiro apenas para ter certeza que ele não estava lá quando eu acordei.

Uma sensação ruim começou a crescer no meu coração, me fazendo correr por toda casa atrás dele. A cada porta que eu abria, a sensação aumentava, cada vez mais angustiante e dolorosa.

Voltei para o seu quarto olhando diretamente para seu guarda roupa, sentindo minhas mãos tremerem ao se aproximarem do móvel.

Não, ele não fez isso.

Quando vi as gavetas reviradas e a maioria das roupas faltando, caí de joelhos no chão.

Não seu idiota, você não foi embora.

A adrenalina tomou conta de mim, desesperado para encontrá-lo, mesmo que precisasse bater em todas as portas da cidade para isso.

Corri até a porta, pegando minhas chaves do carro na mesa de jantar como um completo maluco.

Voltei um passo ao ver uma pequena folha dobrada ao meio, sentindo meu coração despedaçar só de imaginar o que poderia ser.

Peguei o papel e enfiei no bolso, me recusando a ler.

Ele não pode ter ido muito longe, eu podia alcançá-lo. Precisava me apressar, então corri pro carro e dei partida como se estivesse em fuga.

Enquanto dirigia, olhava para cada pessoa na rua, rezando para todos os tipos de deuses que Kenma estivesse por aqui. Quando a ficha foi caindo, comecei a desacelerar o carro decidindo parar em qualquer acostamento.

Disquei o número dele enquanto tirava o papel amassado do meu bolso, sentindo meus olhos marejarem a cada toque da ligação.

-Kenma, onde você está? - Disse assim que caiu na caixa postal. - Eu não acredito que você foi embora enquanto eu estava dormindo, seu covarde! Eu me recuso a ler essa merda de carta.

Senti uma lágrima escorrer e fechei os olhos com raiva.

-Eu...eu me recuso a acreditar que você só me deixou a porra...a porra de uma carta, Kenma.

Desliguei o celular e o joguei no banco, sentindo minha garganta subir e descer necessitada de por pra fora aquela dor.

Encostei a cabeça no volante e chorei, chorei como uma criança abandonada, me sentindo incapaz de ao menos conseguir ler o que ele tinha escrito.

Quando meus olhos começaram a arder, funguei o nariz e liguei o carro, decidindo voltar para casa.

Para casa do Kenma na verdade..

-Kenma?! - A voz feminina de Kyo me gritou assim que eu passei pela porta, e logo a silhueta da garota surgiu.

Ela estava com os olhos parecidos com os meus, mas ainda tinha esperança neles.

Before A War For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora