Capítulo 03

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|Pov Jason|

Eu a deixei lá, me contendo ao máximo pra não matá-la apesar da insistência da minha mãe para acabar com ela, eu não pude.

*Mate, mate, mate". A voz da minha mãe dizia, ela não se importava se a garota era diferente, mas eu me importo.

Eu mato seres desprezíveis, todos os que invadem esse acampamento e fazem coisas ruins, não é esse o caso dela, aquela garota é inocente, não consigo matá-la.

Eu venho tentando me convencer que só a poupei porque ela é diferente dos outros mas a verdade é que isso não é tudo. Toda vez que eu penso em seu rosto assustado eu sinto algo diferente, algo que nunca senti.

Nesse momento eu estou perseguindo um garoto, ele me implora pela vida mas tudo que eu consigo sentir é ódio e sede de sangue, ele é nojento e sua existência miserável acabará agora.

Ele tropeça ofegante, incapaz de correr e já chorando, isso é divertido. Finco meu machado em sua costa e o vejo se arrastar pelo chão, manchando-o com seu sangue imundo.

Eu não consigo segurar um sorriso vendo aquilo, o jeito que eles imploram por suas vidas e tentam fugir como se tivessem chance, é incrivelmente prazeroso pra mim.

Eu retiro o machado de suas costas o ouvindo gritar, o puxo pela camisa e o arremesso contra a janela fechada da cabana que estamos. A força com que ele foi jogado quebrando a janela e o matando quase que instantâneamente.

"Muito bem, Jason. Mate pela mamãe". A voz de minha mãe ecoa em minha cabeça, sorrio feliz por ter agradado ela.

Eu saio da cabana deixando o corpo do garoto pra trás e partindo para a nova caçada, sinto que a próxima presa não está muito longe.

"Arrgh". Uma voz feminina soou de não muito longe, alguém deve ter se machucado, isso facilita muito meu trabalho. Uma presa fácil.

Me teletransporto para onde ela está, e assim que ela me vê a mesma grita, pedindo socorro e misericórdia, que burrice esperar por ajuda ou piedade, me certifiquei que nada disso aconteça, não novamente.

Eu a alcanço e começo a atacá-la com meu machado, ela até tenta revidar com um facão mas ela é fraca demais e não me acerta. A empurro contra um tronco e decepo sua cabeça fora.

Ela teve sorte de ter sido um corte limpo. Poderia ter sido bem pior.

Eu estava rindo por trás da máscara, o cheiro, a cor, a textura do sangue dela era simplesmente maravilhoso, minha máscara estava suja com seu sangue mas eu não podia me importar menos, aquilo era gratificante, ela mereceu.

"Jason, escute sua mãe. Encontre eles, mate todos. Mate todos eles". A voz dela soa novamente em minha cabeça, ela parece irritada, muito irritada. Será que...?

Alguém a encontrou, esse fato me enche de fúria, preciso matá-los por essa audácia. "Sim, mamãe. Vou fazê-los pagar pelo que fizeram". Penso antes de ir até a casa de minha mãe, o ódio e a sede de vingança me consumindo.

|Pov Kaya|
Um tempo antes.

Eu respiro fundo e me afasto de seu abraço, eu precisava perguntar então eu o fiz, com medo da resposta e a voz falha. - Me diga...eu preciso saber...a minha irmã...ela...morreu?

- Eu não sei, nos separamos na hora da confusão mas eu temo que sim...- Ele fala abaixando o olhar, parecendo triste e culpado.

- Não é sua culpa Chad...- Murmuro tentando confortar ele mas no fundo eu não sei se concordo com isso. Ele que teve a idéia de vir pra esse acampamento em específico, afinal.

- Não, é minha culpa sim...eu que escolhi o lugar, eu que não pude proteger ela...eu que coloquei todos vocês nessa situação de merda. - Fala com lágrimas nos olhos, ele parece realmente arrependido.

- Tem um culpado sim, mas não é você. Esse culpado é o Jason...- Falo com convicção, a sensação de perda e raiva me invadindo.

- Jason? Como assim Jason? - Ele me olha confuso, tentando entender minhas palavras.

- Você vai me achar louca mas... conhece a história do Jason? Jason Voorhees? - Tento explicar de forma paciente, mas séria.

Ele olha pra mim por um tempo, tentando decifrar se isso é algum tipo de brincadeira na hora errada ou alucinação, mas ele só vê minha convicção e então assente.

- Sei sim...mas o que tem haver? Tá me dizendo que esse cara é o tal Jason? - Ele pergunta com descrença mas tentando não soar rude.

- Exatamente, ele é o Jason, eu não sou louca. Ele está vivo. - Falo tentando convencer ele. - Acredita em mim, por favor.

Ele pensa por um momento e suspira, acho que ele não tem muito o que discutir nessa situação, qualquer teoria é melhor do que nada nessas horas, certo?

- Se o que você diz for verdade, e esse cara for mesmo o Jason, estamos ferrados.- Ele para por um momento e olha no fundo dos meus olhos. - Mas sei de alguém que pode nos ajudar.

Quando eu vejo aquela confiança em seu olhar um pitada de esperança brota em meu coração e falo quase que implorando por uma resposta.
- Quem...?

Continua...

Noite Sombria - Jason VoorheesOnde histórias criam vida. Descubra agora