Noite Sombria - Jason Voorhees

Capítulo 01 - Acampamento

|Pov Kaya|

Eu corria como se minha vida dependesse disso e realmente dependia, aquele assassino provavelmente não iria parar só com uma vítima e eu não queria ser a próxima.

Na hora da confusão cada um correu pra um lado, dando tudo de si pra fugir e eu nem vi pra onde minha irmã foi, nem se foi sozinha. Eu só espero que ela fique bem, a mesma não é a pessoa mais inteligente do mundo então me preocupa que esteja sozinha por sua conta.

Eu me pergunto quem é aquele cara, por que ele matou o garoto e por que parece que ele quer matar todos nós? Essas perguntas não saem da minha cabeça, eu preciso saber porquê estou sendo caçada se não fiz nada de errado.

Talvez ele só seja psicopata e mate sem motivos, era o pensamento que mais fazia sentido mas eu me recuso a acreditar que isso tudo é sem uma razão.

Aliás, por que eu tinha que vir pra esse maldito acampamento? Preferia ter ficado em casa.

Enquanto eu corria vi uma cabana, resolvi entrar pra recuperar o fôlego e com sorte ligar pra polícia. Eu entro fechando a porta atrás de mim, o edifício é pequeno e silencioso, não tem ninguém.

Eu procuro por um telefone mas eu não encontro nenhum, apesar da frustração não queria desistir então vasculhei as gavetas também e achei um canivete vermelho, era pequeno mas pode servir pra algo então o peguei e coloquei em meu bolso.

Como eu não podia ficar nessa casa e esperar por um milagre, eu me forcei a sair dessa casa e de sua promessa de segurança e procurar minha irmã, talvez ela esteja com problemas então preciso ir ajudá-la.

Eu abro a janela e pulo pela mesma, é menos trabalhoso do que abrir a porta, correndo até a casa mais próxima. É uma casa grande de dois andares e provavelmente não tem ninguém mas mesmo assim eu entro com esperança.

- Tem alguém aqui? - Eu falo baixo mas o suficiente pra alguém escutar, não querendo chamar atenção fazendo barulho porque o que menos preciso agora é de um assassino atrás de mim.

O silêncio em resposta.

Aparentemente estou só, o que é um alívio e uma preocupação, sei que sozinha eu fico muito vulnerável mas muita gente junta pode chamar a atenção daquele psicopata.

Começo a vasculhar a casa e as gavetas, encontrando alguns itens que podem ser úteis como um taco de beisebol e um spray para ferimentos.

Enquanto eu passava pelos cômodos eu vejo um galão de gasolina no canto da casa, incrivelmente cheio, parece bom demais pra ser verdade porque o carro estava mesmo sem gasolina.

Quando eu tento pegar o galão vejo que é muito pesado pra segurar só com uma mão, o que significa que vou ter que abrir mão do taco, eu não quero ficar sem algo pra me defender então eu deixo a gasolina no lugar.

"Talvez eu volte depois que encontrar minha irmã, aí podemos usar para fugir desse maldito acampamento". Eu penso, antes de sair da casa com um taco numa mão e uma lanterna na outra, agradecendo a sorte de ter encontrado ela numa gaveta qualquer, já que está muito escuro.

Eu espero que Tiffany e Chad estejam bem, não faço idéia onde o cara com o machado está mas agradeço que ele não esteja aqui comigo.

Os outros estão vivos, estão juntos? É nesse momento que eu me arrependo de não ter trago nenhum telefone.

Eu deveria ter ficado em casa, aproveitando de maneira pacífica mas não, eu me deixei convencer a vir mesmo que eu não quisesse, às vezes até acho que minha irmã só me fez vir porque só eu sei dirigir.

Ela só queria vir pra ficar um tempo com Chad, eu sei disso, mas eu tinha esperança de que essas férias pudessem aproximar a gente, ter bons momentos e esquecer a brigas bobas que temos quase diariamente em casa.

A verdade é que apesar de tudo eu amo minha irmã, seu jeito vaidoso, estressada até individualista é um saco mas ela também é parceira e empática e temos momentos bons quando não estamos brigando.

Enquanto eu caminhava procurando minha irmã pelo caminho no meio da floresta escuto um barulho de passos atrás de mim, uma presença sombria e pesada, quase me fazendo congelar de medo.

Por que sinto que algo ruim está prestes a acontecer? Esse sentimento... é péssimo.

Eu deveria simplesmente sair correndo agora? Se sim, por que não consigo? Eu preciso ver quem é, eu preciso.

"Por favor, que não seja o psicopata com o machado, não quero morrer agora". Eu penso me virando lentamente, com a respiração presa e apertando firmemente o objeto em minha mão.

Continua...