Na Velocidade do Amor

Capítulo I

"Eu sempre acreditei que você nunca deve desistir e você deve sempre continuar lutando mesmo quando há apenas uma pequena oportunidade" Michael Schumacher

Quando Phuwin chegou atrasado ao autódromo, estava exausto. Uma confusão na agência com as roupas da  Tommy Hilfiger para a campanha publicitária com os pilotos da McLaren o obrigou a voltar e buscá-las, enquanto o restante da equipe seguiu para o local. Uma semana atrás, seu chefe anunciou que ele seria um dos modelos a trabalhar no último Grande Prêmio da Tailândia. A prova ficaria fora das próximas temporadas, o que fez com que todos, desde o governo até os patrocinadores locais, se empenhassem para transformar aquele evento em algo grandioso.

Phuwin tinha alguma experiência com grandes eventos devido à sua carreira como modelo, mas não entendia nada de Fórmula 1. Sabia apenas que havia um piloto tailandês famoso, campeão nacional, mas nunca se interessou por assistir a uma corrida. Este fim de semana seria a primeira vez. A agência tinha uma programação intensa com os pilotos da McLaren, incluindo uma cobertura especial dos bastidores da corrida

Apesar do cansaço da última prova da faculdade de inglês e de uma semana extenuante, Phuwin acordou determinado a dar o seu melhor. Era um trabalho importante e uma oportunidade de ganhar uma boa quantia de dinheiro.

Enquanto caminhava pelo autódromo, o cheiro de borracha queimada e o som ensurdecedor dos motores o envolviam. Carregando sacolas de roupas, começou a se sentir tonto e desorientado. A multidão ao seu redor não ajudava, aumentando sua ansiedade. Para piorar, a bateria do seu celular morreu, e ele percebeu que precisava comprar um novo aparelho com urgência depois desse trabalho.

Tentando respirar fundo e manter a calma, Phuwin lembrou que precisava encontrar o motorhome da McLaren. Concentrando-se, avistou um rapaz com uniforme laranja e boné, caminhando por uma área menos movimentada. Viu o nome da equipe estampado na parte de trás da camisa do homem e decidiu segui-lo, vendo ali uma esperança.

- Ei, você pode me ajudar? - Phuwin chamou, na esperança de obter alguma orientação. O homem se virou, e Phuwin notou imediatamente duas coisas: ele era tailandês, o que era ótimo, e ele era incrivelmente atraente. O homem era mais alto que Phuwin, e o uniforme apertado acentuava seus músculos firmes. Seu rosto parecia saído de um lakorn, e seus olhos, realçados por lentes de contato azuis, eram hipnotizantes.

O homem o encarou de uma forma que Phuwin não conseguiu decifrar, talvez surpreso pela abordagem: - O que você precisa?- Ele perguntou com uma voz grave e um tom simpático, tirando o boné e revelando madeixas longas de cabelo castanho. Phuwin engoliu seco. Ele estava acostumado a conviver com pessoas bonitas em seu trabalho, mas aquele homem tinha uma presença especial.

Tentando se concentrar no que importava, Phuwin sorriu e tentou explicar de forma coerente: - Você é funcionário da McLaren, certo?

- Você está brincando comigo? - O homem questionou, e Phuwin balançou a cabeça negando.

Não, eu só preciso de ajuda para encontrar o motorhome da sua equipe. Sou um dos modelos da agência Fashion Stars, contratado para a campanha da Tommy Hilfiger com os pilotos da McLaren. Aqui está meu crachá de identificação. - Phuwin disse, quase desesperado, enquanto mostrava seu crachá.

- Então, você trabalha lá, certo? Ou você é só um fã?- Phuwin perguntou, quase desesperado, temendo que ele fosse apenas alguém acompanhando os treinos com a roupa da sua equipe favorita.

O homem sorriu, um sorriso encantador e um tanto provocador: - Sim, eu trabalho para a McLaren. - ele respondeu. Phuwin respirou aliviado, sentindo um peso sair de seus ombros.

- Você pode me levar até o motorhome da equipe? Estão me esperando lá. - Phuwin pediu.

O homem assentiu, colocando o boné de volta na cabeça: - Claro, vamos por aqui. É um caminho mais tranquilo. - disse, apontando para uma rota menos movimentada atrás de alguns prédios. Ele olhou para Phuwin, notando as várias sacolas em suas mãos.