HURT ME NOT

09

CAPÍTULO NOVE

Wangji

Na manhã seguinte, acordei me sentindo mais leve do que há muito tempo. Preparei um café da manhã enorme, ganhando algumas expressões muito confusas de meus filhos. Não era como se eu não preparasse o café da manhã para eles, mas nunca tanto de uma vez.

Qinsu tinha escola e Shizui estava dando algumas aulas virtuais no computador que a escola havia feito. Ele só deveria voltar ao hospital amanhã, e se sua contagem diminuísse, eles lhe dariam outra infusão, o que o deixaria exausto e significaria que ele ficaria inativo pelo resto do dia. Então, ele tinha que fazer tudo hoje.

Eu ainda tinha alguns papéis que precisava resolver mesmo estando de licença, mas fora isso não tinha nada planejado, então decidi pensar em qual seria meu encontro com Wei Ying.

Eu me perguntei, enquanto lavava a louça do café da manhã, por que não estava pirando com o fato de ter ficado com um homem e não apenas não ter nenhum arrependimento, mas parecia completamente certo. Como se fosse com quem eu deveria estar. A força da minha necessidade de estar com Wei Ying era a parte mais assustadora de tudo isso.

“Vou subir para fazer login, pai.” Shizui saiu da cozinha antes que eu pudesse responder.

“A mãe de Steph estará aqui em alguns minutos, então vou esperar por ela lá fora.” Paula ficava feliz em levar Qinsu para a escola todas as manhãs e isso era uma grande ajuda, visto que Shizui tinha que entrar em um determinado horário e às dez eu não tinha como deixá-lo sozinho.

“Ok, Qinsu-bug, tenha um bom dia.” Beijei o topo de sua cabeça. “Amo você.”

“Também te amo.”

Com Qinsu indo para a escola e Shizui on-line, fui para meu escritório em casa e resolvi minha papelada.

Depois do jantar, verifiquei meu telefone. Eu tinha mandado uma mensagem para Wei Ying naquela manhã, perguntando se ele havia consultado sua agenda e nunca recebeu resposta.

Eu ri. Eu estava agindo como Qinsu quando ela mandou uma mensagem para as amigas e elas não responderam imediatamente. Ele pode muito bem estar ocupado, já que estava trabalhando. Eu sabia como foi. Eu poderia ser paciente.

Na manhã seguinte, enquanto Shizui e eu estávamos a caminho do hospital, ele ainda não havia respondido e eu queria ficar chateado, mas estava me concentrando no hoje e em qual seria o resultado para Shizui, então deixei tudo de lado.

Chegamos ao sétimo andar e passamos pelas portas de vidro onde se lia Hematologia e Oncologia Pediátrica, e não importa quantas vezes eu lesse essas palavras, elas perfuravam meu coração a cada vez.

“Bom dia”, cumprimentou a mulher, Rita, atrás da mesa. Ela era a mesma senhora da última vez.

“Bom dia”, respondi.

Assim que Shizui fez o check-in, ele foi chamado imediatamente. Eles o pesaram, mediram sua altura e depois ele foi levado para outra sala onde tiraram seu sangue. Ele ainda estremeceu com a picada da agulha, mas o medo que sentiu naquela noite na sala de emergência parecia nunca mais voltar.

“Você pode ir para o quarto um; o médico estará com você em breve.

Esperar era o pior, então Shizui e eu jogamos I Spy até que a Dra. Bay, o hematologista, entrou.

“Ei, pessoal, como estamos?”

“Bom”, disse Shizui. “Sem sangramento, febre ou qualquer uma das outras setecentas coisas que todos vocês me perguntam toda vez que venho aqui.”

“Shizui, não seja rude, ela está apenas fazendo o trabalho dela.”

Dra. Bay me dispensou. “Está tudo bem, eu sei que isso pode se tornar repetitivo e você não quer estar aqui.”