Yoongi
Corredores cheios, sons frenéticos de máquinas, muita gente falando ao mesmo tempo, com certeza era segunda-feira. Por que diabos as pessoas deixavam para começar um tratamento nesse dia, ou simplesmente se machucavam aos domingos? Nesse dia da semana eu dava graças a Deus por operar somente na parte administrativa desse hospital.
Assim que cheguei, fui direto para minha sala que era separada dos consultórios no segundo andar, sentei-me à mesa grande que ficava no centro e depois de ligar meu computador, comecei a trabalhar. Eram números e planilhas para tudo quanto é aba, mas depois de alguns poucos minutos concentrado naqueles documentos sem fim, fui interrompido por três batidas na porta.
— Entre! — Grito sem tirar os olhos do computador.
— Com licença, senhor. — Era um enfermeiro da equipe de pediatria, acho que era Jinyoung. — Sou Park Jinyoung, auxiliar do Dr. Kim — Acertei — mas dessa vez quem me mandou aqui foi o Dr. Wang.
— Sim, sim, algum problema? — Lá vinha bomba.
— Bom, o convênio do orfanato Santa Rosa com o hospital expirou no mês passado, mas ainda assim nos mandaram um paciente... zinho. — Jinyoung falava calmamente, mas acho que ele estava um pouco receoso por não ser acostumado pela minha expressão séria.
— E Mark, a todo modo, quer atendê-lo gratuitamente, acertei? — Questiono o óbvio, tão previsível.
— Sim, senhor. Quer dizer... — O Park se embolou um pouco, não queria entregar seu superior de bandeja, mas esse não seria o problema, pois eu conhecia Mark muito bem. — Digo, nã-não é isso, o doutor Mark apenas pediu para que o senhor fosse até a sala dele, por favor.
Respirei fundo e sorri amargo, liberando o enfermeiro em seguida, assim levantei-me logo depois para ir em direção a sala do Mark. Eu sabia o que estaria por vir e usava o tempo do pequeno trajeto para organizar meus pensamentos, Mark sabia como me convencer a relevar suas caridades. Não que isso fosse ruim, ou não fosse do meu agrado, mas o hospital estava entrando em alerta com uma ponta de crise.
Enfim, agora era tudo ou nada.
— O que você arrumou dessa vez? — Entrei de uma vez na sala, sem bater na porta.
— Não te ensinaram a bater antes de entrar, hm? — Suspirou pesado com um olhar bravo que foi ignorado por mim, pois outro olhar me chamou a atenção naquele consultório claro.
Ele estava sentado em uma poltrona grande demais, usando roupas simples demais, tinha um olhar triste e muito assustado que era quase coberto pela grande franja castanha. Conforme eu me aproximava, mais imóvel ele ficava, com as bochechas infladas e um biquinho choroso nos lábios.
Ah! Eu o tinha assustado.
— Hyung, podemos conversar lá fora? — Mark interrompeu nosso contato.
— Ham... Claro. — Saí do meu transe e praticamente corri em direção a porta.
Antes de me acompanhar, Mark falou algo com ele, talvez avisando que não ia embora, ou algo do tipo, provavelmente tranquilizando o pobre menino que deveria ter medo de ficar só. Somente depois de tê-lo convencido que veio ao meu encontro.
Assim que nos posicionamos do lado de fora do consultório, fui posto contra a parede, claro, no sentido figurado. Mark me encheu de perguntas e imposições.
— Temos que ajudá-lo e você sabe disso, não sabe? — Falou de uma vez, com uma postura autoritária que ele só tinha em momentos delicados. — Ele está em observação desde ontem à tarde.
VOCÊ ESTÁ LENDO
HAPINESS - NAMJIN
Fanfic"Cheguei a pensar que as saias justas tinham ficado na faculdade, junto com a minha habilidade de me perder nas palavras, mas não. Aqui estou eu, no estacionamento do judô, em um fim de tarde de sábado, tentando me recuperar da pergunta que me foi f...