Capítulo 05 - Presa fácil

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Acordei algumas horas depois, pouco mais relaxada, me levantei e fui tomar um banho demorado. Após o banho fui até o closet, peguei um vestido longo preto, com um decote em v que realçava meus seios, ele tinha uma fenda grande nos dois lados da perna deixando uma tira de tecido tampando a frente, peguei um salto de agulha fina, deixei os cabelos solto e passei um perfume forte, e fiz uma maquiagem leve.

Após me arrumar sai do quarto, desci as escadas encontrando meu pai na frente do espelho que havia na sala principal, ele estava arrumando a gravata, um terno preto impecável, seu olhar vibrante.

— Pronta? — ele perguntou sem me olhar.

— Sim.

— Então, vamos? — ele faz um arco com o braço.

Caminhei até ele e segurei seu braço, caminhamos até o carro e um dos seguranças estava esperando, entramos e logo o motorista saiu.

— Você está muito linda, sabia?

— Obrigado, pai. — dei um sorriso e olhei a janela.

Durante o percurso, fiquei refletindo sobre muitas coisas. A que mais me consumia era a memória de ir ao cassino. Aquele ambiente repleto de luxo, a tensão palpável e a incerteza constante, tudo era hipnotizante. No entanto, a verdadeira razão pela qual eu apreciava o cassino era que ele me mantinha próxima do meu pai.

Ângelo e eu éramos praticamente estranhos antes dos meus quinze anos, por anos culpei meu pai pela morte da minha mãe, sei que ele não teve culpa, a realidade eu o culpava por se casar com outra mulher. Mas isso já tem tanto tempo que acabei deixando de lado, por mais que eu odeie a Abgail, eu gosto de ver meu pai feliz.

Em alguns minutos chegamos no cassino, eu amava tanto aquele lugar. Desci do carro, e caminhei para dentro sem esperar meu pai. A música era abafada pelo barulho das fichas, copos batendo e conversas, caminhei até a mesa de Blackjack. Me sentei e fiz um gesto para um dos funcionários se aproximar.

— Mil fichas, e traz um martini.

Ele assentiu e saiu, fiquei esperando o rapaz voltar para finalmente começar a jogar, me sentei em uma das cadeiras e fiquei observando a jogada alheia.

— Aqui, senhorita.

O funcionário me deu o martini e as fichas, o crupiê me olhou com um breve aceno e um sorriso de canto, peguei duas fichas e fiquei na mesa.

— Boa noite, senhorita. — disse o crupiê com um sorriso profissional.

— Boa noite. — respondi, devolvendo o sorriso.

Enquanto as cartas eram distribuídas, senti a presença do meu pai se aproximando. Ele parou ao meu lado, observando o jogo com seu olhar atento e calculista.

— Parece que está com sorte hoje, hein? — ele comentou, enquanto eu analisava minhas cartas.

— Vamos ver.

A primeira mão foi boa, consegui um Blackjack e dobrei minhas fichas. O jogo continuou e, à medida que a noite avançava, comecei a relaxar e a me perder na atmosfera do cassino. Era como se cada vitória me conectasse mais ao meu pai.

— Você realmente tem talento para isso.

— Aprendi com o melhor — respondi, sentindo um calor genuíno em seu elogio.

De repente, meu pai foi chamado por um dos seguranças. Ele se desculpou e saiu para resolver algum problema, enquanto estava lá observei um homem de meia idade me olhando com malícia, pensei em não fazer nada com ele, mas o peixe veio direto na isca.

Terminei o jogo e sai da mesa, caminhei pelo salão e percebi que estava sendo seguida por aqueles olhos cheios de malícia, caminhei para fora e me encostei perto de um carro. Sabia que ele viria atrás, por isso peguei um ponto onde não tinha câmeras, fiquei esperando ele sair, fingi mexer no celular.

𝐂𝐨𝐫𝐨𝐚 𝐝𝐞 𝐄𝐬𝐩𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora