𝐓𝐎𝐑𝐑𝐄𝐒 • 𝐀𝐑𝐈𝐀𝐍𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄

[10] 𝐀𝐮𝐭𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐥𝐞

LAVÍNIA TORRES

Quando eu cheguei na academia fui recebida com assobios e muita comemoração. Já esperava por essa bajulação.

Claro que fui educada e agradeci todos ali, mesmo que tenham sido os próprios que queriam me mandar de volta para a Califórnia por não acharem que eu tinha potencial.

Depois me limitei a apenas ficar no meu canto, espancando o saco de areia como de costume. Que bom que Eddie não me colocou para treinar com ninguém pois ainda estava puta com as revelações de Ariana ontem.

E então como se lessem meus pensamentos, Dalton passa pela porta da academia, sendo acompanhado pelo seu outro amigo babaca, o Justin.

Não deixava de observar e toda vez que ele dava um sorriso, meu sangue fervia.

Queria arrancar todos os dentes dele fora...Desfigurar sua cara inteira.

- Lavínia! - Shawn me chama, me tirando do transe. Tocando meu ombro, eu o olho.

- Ah, Shawn - Falei baixo - Não te vi chegando.

- Eu percebi, por quê estava encarando o Dalton? - Perguntou na lata e curioso, bufei, dando um soco no saco de areia.

- Nada, estava pensando e nem percebi que estava olhando para aquele imbecil - Inventei uma desculpa qualquer e Mendes parece ter acreditado.

- Posso bater nesses sacos de areia com você? - Dei de ombros "A vontade".

E então Shawn começa dar múltiplos socos no outro saco de areia, enquanto eu, mergulhada em pensamentos, me perdia na vida real.

"Ele disse coisas horríveis e me deu um tapa"

A voz de Ariana ecoava na minha cabeça, além da minha mente traiçoeira me fazer imaginar exatamente o que aconteceu.

Mordo os dentes e dou um chute tão forte no saco que ele acaba rasgando.

Todo mundo se assusta, inclusive aquele babaca.

- Ou Lavínia! O que é isso?! - Eddie exclama, eu estava ofegante. Continuava em silêncio.

Me desviei de todo mundo e fui direto para o vestiário, tirando o esparadrapo das minhas mãos.

Fui até a pia e joguei água gelada no meu rosto, para vê se aliviava meu ódio.

- Alguma gatinha te dispensou Torres? - Ouço a voz do ser mais desprezível desse mundo - Por isso está tão bravinha?

- Por que você não cuida da sua vida miserável? - Retruquei com grosseria, pegando a toalha e enxugando o rosto, sentia ele se aproximando.

- Ora não seja ignorante, eu só fiz uma pergunta, sabe não é porquê que você tem o sobrenome forte e tenha vencido sua primeira luta, que as mulheres vão cair em cima não, ainda mais você tendo...essa aberração - Fala venenoso.

- Quem disse que eu quero mulheres para mim? - Me virei lentamente, observando seu rosto - Não preciso disso, ao contrário de você que não poder um buraco que já quer se enfiar.

- Claro que quer! Por que não iria querer, tem milhares por ai, só não garanto que ficarão com você por amor - Ele rir como se aquilo estivesse sendo muito engraçado.