[3] 𝐂𝐨𝐫𝐫𝐞𝐫 𝐚𝐭𝐫𝐚𝐬

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LAVÍNIA TORRES

Não sei por quanto tempo eu dormir, talvez tenha sido o dia inteiro pois quando acordei já estava escuro e minhas costas doíam mas nada que eu já não estivesse acostumada.

Levantei do colchão e olhei em volta naquele quarto, encontrando poucas coisas da Ariana, imaginando que ela deve ter tirado enquanto eu dormia.

Dei de ombros e sair do quarto, já escutava o barulho alto da TV e o quarto de Ariana estava com a porta aberta e vazio.

Seguir o caminho e desci as escadas vendo-a assistir um filme qualquer na televisão.

- Que horas são? - Minha voz estava rouca de sono e pareceu assutar-la.

- Ah são...- Olhou o relógio na parede - 22:00, você dormiu bastante.

- Virei a noite praticamente, ainda me sinto cansada - Bocejo, coçando os olhos.

- Virou a noite por quê? - Perguntou curiosa, deixando de da atenção ao filme e em mim.

- Está querendo saber demais - Resmunguei, indo em direção a varanda, havia uma grade que impedia de cair lá embaixo. Minha boca estava seca, clamando por um cigarro.

Ouço passos atrás de mim e suspiro ao vê a garota também apoiar os braços na grade. Por um momento achei engraçado como ela era tão baixinha comprada a mim.

Ficamos em um silêncio até que confortável, as estrelas no céu estavam lindas juntamente com a lua.

- Cadê o seu pai? - Perguntei, quebrando aquele silêncio.

- Saiu com uns velhos amigos - Deu de ombros, alisando os braços nus por conta do vento.

- Vá para dentro - Falei.

- Querendo se livrar de mim Lavínia Torres? - Sorrir pequeno.

É tão estranho ter esse sobrenome agora.

- Só não quero que morra congelada - Dei de ombros.

- Por que você virou a noite? - Bufei ao ouvir a pergunta - Só me deixou mais curiosa e quero saber.

- Por que hein? Vai te ajudar em alguma coisa?

- Ajudar a te conhecer melhor Lavínia, já que vamos morar de baixo do mesmo teto por meses - Justificou e respirei fundo.

- Eu estava lutando - Falei finalmente.

- Oh então você já era lutadora? - Assenti - Que coincidência, você lutava para quem?

Eu rir sem humor - Lutava sozinha Ariana, nos becos mais miseráveis da Califórnia.

- Você lutava clandestinamente? Que perigo, essas lutas não tem regras.

- Isso que é bom, sem regras, sem treinos, essas chatices - Balancei as mãos desinteressada.

- Eu acho lutas em geral uma merda.

- Por que? - Agora quem estava curiosa sou eu.

- Todo mundo fala o quão bom deve ser filha de um lutador famoso mas na verdade não é - Suspirou meio triste - Eu ficava desesperada toda vez que meu pai subia no ringue, sempre se machucava, ficava com medo de algo pior acontecer como o seu pai.

Pensando por esse lado realmente é ruim.

- É uma sensação tão horrível, vê as pessoas que você ama se arriscando dessa forma.

- As vezes pode ser o único meio de sobrevivência nessa vida - Falei isso mais pelo lado pessoal, já que eu lutava justamente para me sustentar e também para descontar minha raiva.

𝐓𝐎𝐑𝐑𝐄𝐒 • 𝐀𝐑𝐈𝐀𝐍𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 Onde histórias criam vida. Descubra agora