[2] 𝐀 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐯𝐢𝐬𝐭𝐚

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LAVÍNIA TORRES

Eu sabia que se tudo desse errado nessa tentativa de se tornar a melhor boxeadora do mundo eu não teria para onde ir.

Mas a vida é feita de escolhas e eu preciso me arriscar, talvez dê certo, talvez não.

Chegamos em Los Angeles, eu estava exausta, só queria dormir, passei a noite virada na cadeia e não dormir durante a viagem.

Eddie contou um pouco da vida pessoal dele, da sua carreira e também sobre meu pai.

Era estranho pensar que Alex era o meu pai, simplesmente não entrava na minha mente. Logo eu, tão ferrada com a vida sendo filha do maior lutador de todos os tempos.

Descobri a esposa de Eddie, Joan, havia falecido a cinco anos em decorrência de um câncer, mas eles tiveram uma filha chamada Ariana.

Era um assunto bastante delicado e percebi pela sua voz o quanto ele queria chorar mas não o fez. Sinceramente eu não saberia o que fazer vendo uma pessoa chorar na minha frente.

Olhava através da janela do táxi o movimento naquela cidade popular.

- Chegamos - Ele diz me tirando dos pensamentos, me espreguicei e sair do carro depois dele, colocando a bolsa nas minhas costas, estávamos de frente a uma casa que parece simples demais para um lutador aposentado e famoso.

O homem tenta abrir a porta, bufando ao perceber que estava trancada.

- Ariana! Abra a porta já chegamos! - Gritou e me deu um sorriso sem graça, eu continuei neutra.

Coloquei as mãos no bolso do meu casaco, estava um pouco frio. Levou 1 minuto até a porta ser destrancada e...

Nossa.

Uma garota baixinha surge com um pijama rosa claro de unicórnio e a cara amassada de sono, assim que me vê arregala os olhos.

- Pai por que não disse que ela estava aqui?! - Perguntou para o pai envergonhada pelos trajes.

- Ora Ari já são 9:00 da manhã, já era para está de pé - Alertou a filha e entrou em casa - Venha garota.

Me chamou então eu me aproximo para entrar passando perto da filha dele, não conseguia parar de encarar e ela só ficando vermelha de vergonha.

Eddie tinha ido para alguma parte aleatória da casa nos deixando sozinhas. Pude analisar com mais precisão o seu rosto, havia um negócio no ouvido dela, parecia um aparelho de audição.

- Olá...- Ela diz com um fio de voz - Desculpa os trajes, não estava esperando te receber tão cedo.

- Não tem problema - Respondi limpando a garganta, sorrindo de lado - Seu pijama é maneiro - Tentei aliviar seu constrangimento mas acho que só piorei.

- Bom...eu vou trocar de roup-

- Ari que horas a bonitona chega? - Uma garota desce as escadas só de pijama também, parando de falar ao me vê - Eita.

Acho que a "bonitona" sou eu.

Ariana leva a mão a cabeça, eu queria rir sinceramente.

𝐓𝐎𝐑𝐑𝐄𝐒 • 𝐀𝐑𝐈𝐀𝐍𝐀 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐃𝐄 Onde histórias criam vida. Descubra agora