Afobado, Loid chegou a recepção do hospital. Ele estava com o terno amassado e pouco sujo, mas com ferimentos em seu corpo que o incomodavam. Mesmo assim ele ignorou as dores.
— Yor Forger.
— Um momento. — Disse a recepcionista. — Segundo andar à esquerda, quarto 226.
— Obrigado.
Então ele saiu em busca do quarto em questão. O silêncio predominava aquela parte do hospital, o que quebrava ele era apenas o "pi" sequencial que as máquinas ao lado dos pacientes faziam.
— 218, 220, 222... — Loid lia o número das portas ao andar.
De repente ouviu uma das sequências de batimentos cardíacos registradas pelas máquinas parar. Um arrepio correu pela sua espinha, e sua ansiedade aumentava assim como barulho conforme se aproximava do quarto de sua esposa.
Para a sua infelicidade e desespero, o barulho vinha especificamente do quarto 226.
— Não... — Disse angustiado. — Não pode ser.
Adentrou o quarto às pressas, prestes a entrar em Pânico. Então a viu deitada, de olhos fechados e com uma enfermeira ao lado cobrindo-a.
— YOR, POR FAVOR, NÃO!! — Gritou.
— Quieto! Vai acordá-la. — A enfermeira o repreendeu.
— O que?
— Ela está descansando. — a mulher conecta um fio solto à máquina, que volta a marcar os batimentos cardíacos.
Loid ficou mais aliviado, mas achava aquela voz familiar, só foi quando a mulher se virou que a reconheceu de verdade.
— O que faz aqui?
Se tratava de Sylvia Sherwood, ou melhor, Handler, a superior de Twilight.
— Não entendi a pergunta. Não posso entrar no hospital?
— Certo, vou reformular a pergunta. O que faz aqui nesse quarto vestida de enfermeira?
— Eu estava preocupada com a Yor. Com a saúde dela e com possíveis perigos externos.
— Agradeço a preocupação. — Loid então finalmente se aproximou de Yor. — Mas achei que enviaria outra pessoa.
— E enviei, porém como a criança não poderia sair do berçário, eu fiquei ao lado da sua esposa.
— Quem está com o bebê?
— Fiona
—E a Anya?
— Está descansando perto do berçário.
— Franky?
— Disse para Yor que ela poderia apertar sua mão se sentisse dor e foi para a emergência com a mão quebrada.
— Como foi a operação?
— Muito bem.
— É um alívio. — Loid sorriu enquanto segurava a mão de Yor. — Me desculpe por não poder vir mais cedo. Mas... Você foi incrível, meu amor. — e então depositou um selar em sua testa.
— Quer ver o bebê? Eu fico aqui.
— Quero, mas eu volto logo. — acariciou o rosto de sua esposa e saiu em seguida.
Não teve dificuldade alguma em achar o berçário, e logo na frente da grande janela de vidro estava Fiona, séria como sempre e com o olhar fixo. Atrás dela estava Anya sentada em um banco lutando contra o sono.
— Ainda acordada? — Se aproximou de sua filha mais velha.
— Pa... o senhor chegou...
— Sim, agora pode dormir sossegada. — sorriu.
— Tudo bem... — Ela bocejou. — Mas pa...
— Sim?
— Essa mulher é estranha... — Disse baixo.
Anya estava com a cabeça doendo por conta dos pensamentos de Fiona. Revoltada pelo Loid não ter tido um filho com ela. Mas ainda assim achando o bebê lindo.
— Ela é.
Então Anya sorriu e se deitou no banco, Loid a cobriu com seu paletó e entrou no berçário.
— Loid. — Chamou Fiona. — O do Moisés verde, é seu filho.
— Certo.
Adrenalina correu pelas suas veias, pela primeira vez em muito tempo suas mãos tremiam. Ao se aproximar da criança notou que ela estava acordada.
Seus cabelos eram loiros como o seu, sua pele era clara e seus olhos vermelhos como rubi.
— Os olhos da sua mãe. — Sorriu novamente, sentia uma felicidade genuína e se arrependia amargamente de não estar presente durante o parto.
O garoto o olhava de forma curiosa e atenta para o homem à sua frente. Loid queria muito o segurar em seus braços, mas se sentia sujo para isso. Tanto por fora quanto por dentro.
— Oi bebê. — Disse Loid ao entregar seu dedo indicador para ele, que o segurou imediatamente. — Eu sou seu pai.
— Eu acho que ele te reconhece. — A morena balbuciou.
— Yor? Era para estar descansando.
— Eu estou bem, já descansei o suficiente.
— Ela queria vir andando, pelo menos cedeu a cadeira de rodas. — Handler a carregava.
— Não quero ser um incômodo, então logo voltarei para o quarto. Só queria vê-lo novamente, e fico extremamente feliz que esteja aqui também.
— Bom, vou deixá-los com o novo membro da família. Bye.
— Yor, eu... eu sinto muito. — Repetiu Loid com lágrimas em seus olhos. — Eu deveria estar aqui com você.
— Loid, não se preocupe. — Ela se levantou e limpou algumas lágrimas que caíram. — Você estava ocupado e não poderíamos saber quando aconteceria. O que importa é que está aqui agora. — Ela o abraçou. — Eu te amo, Loid.
— Eu também te amo, Yor. — E então se beijaram, com todo carinho e ternura que tinham. — Então, já escolheu um nome?
— Ainda não, queria que você também estivesse presente e desse sua opinião.
— Tem algum em mente?
— Keita.
— Keita Forger. É um bom nome. — Loid se virou para a criança com sua esposa ao seu lado. — Bem vindo a família, Keita.
Não sabem dizer se foi real ou não, mas tinham certeza de verem a criança sorrir para ambos.
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Damian X Anya
FanfictionDamian Desmond, um jovem preso em uma rotina monótona e estressante, vê sua vida dar uma guinada inesperada ao reencontrar alguém que foi fonte de grande frustração no passado. Este encontro não apenas desencadeia uma série de eventos imprevisíveis...