Capítulo XVII

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— Francamente, Yor. Você carrega a criança por nove meses na barriga e ela nasce com a cara do pai?! — Yuri está indignado, ele encarava a criança enquanto a suspendia acima de si mesmo.

— Acho ele mais parecido com Yor. — Disse Loid forçando um sorriso, ele estava visivelmente irritado com a visita do cunhado. — Tem até os mesmos olhos.

— O mínimo, não é? — Respondeu ríspido. — Bom, acho que só preciso pintar o cabelo dele e... hm... sim. — Um sorriso pretensioso apareceu em seu rosto.

— Você não vai encostar um dedo no cabelo dele.

— Eu nunca faria isso com um recém-nascido! Mas ele ainda terá sua fase rebelde, e eu irei ficar ao lado dele, como bom tio que sou. — Yuri finalmente baixou o garoto e o segurou em seus braços da forma certa. — Um cabelo loiro é muito mais fácil de tingir do que um cabelo escuro. Devia tentar Loid, ficaria menos feio.

— Já chega,Yuri. — Yor interrompeu o diálogo hostil entre os dois. — Não permitirei que mude a tonalidade de cabelo do Keita. Ele é perfeito da forma que veio ao mundo. — Estendeu os braços para que seu irmão lhe entregasse a criança.

— Mas Yor...

— Mas nada!

— Tudo bem. — Yuri se deu por vencido e passou o bebê para os braços da mãe.

— Está uma barulheira por aí. — Disse Becky do outro lado da linha telefônica.

— Pois é, meu pa e meu tio não se dão muito bem. — Respondeu Anya.

A garota havia ligado para a amiga na manhã seguinte para contar-lhe a novidade. Usou o próprio telefone da ala hospitalar que Yor foi internada.

— Mas você ainda não me respondeu, você me acompanha ou não para o Paque? — Blackbell Indagou uma segunda vez.

— Mas meu irmão acabou de nascer, não posso deixar ma agora...

A garota imersa na conversa mal se deu conta de sua falta de sutileza durante o diálogo, o que atraiu a atenção de sua mãe.

— Anya. — Chamou Yor.

— Um momento, Becky. — A garota deixou o telefone de lado e foi até a mulher. — Sim?

— Estava falando com a Becky?

— Sim, ela me perguntou se eu ainda iria no novo parque de diversões. Mas não posso ir.

— Por que não? — Dessa vez foi Loid que perguntou.

— Keita acabou de nascer, tenho que ficar de olho nele e cuidar da ma. — respondeu abatida.

Os pais da garota se encaram e instantâneamente tiveram o mesmo pensamento.

— Então Anya não confia que seu pai seja forte o suficiente para cuidar de Yor? — Disse Loid fingindo tristeza.

— Hm? — Indagou plerplexa.

Para um espião excepcional, mestre das mentiras e um excelente ator, essa interpretação foi, de fato, extremamente ruim, a garota nem ao menos precisou ler seus pensamentos para saber que era falso.

— He. — Yor riu sem jeito. — Não precisa deixar de se encontrar com sua amiga por minha causa, querida. Seu pai ficará comigo e com Keita, estaremos seguros se ele estiver aqui.

— Você voltou recentemente para cá, seria bom se divertir um pouco. — Completou.

— E-então quer dizer que eu posso ir? — as pupilas dilatadas da garota mostravam o quanto estava animada. — Não terá nenhum problema?

— Não se preocupe, só vá.

— Certo! — Ela os abraçou fortemente e voltou ao telefone. — Becky! Eles...

— Deixaram você ir, eu ouvi. 

Damian X AnyaOnde histórias criam vida. Descubra agora