Coração à Deriva - Jujutsu Kaisen

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 2 - Cʟᴀ̃ Gᴏᴊᴏ

Nas semanas que se seguiram após o funeral de Toshihiro, Priya e Yuna receberam uma série de visitas, como era de se esperar. Amigos de Toshihiro e outras viúvas que também haviam enfrentado perdas vieram prestar condolências a família. Entre essas visitas, surpreendentemente, estava a família Gojo, um clã religioso e místico de Tokyo. Eles eram diferentes da sociedade da época, os Gojo viviam de acordo com costumes peculiares e se mantinham fechados em sua própria tradição.

Quando os membros da família Gojo chegaram, Priya, apesar da surpresa em vê-los, os cumprimentou com um sorriso, como se os conhecesse há muito tempo. Yuna, por sua vez, ficou atônita ao ver a mãe tão surpresa quanto ela própria com a visita inesperada.

Naquela ocasião, quatro membros excêntricos do clã Gojo estavam presentes. Entre eles, se destacavam o patriarca, sua esposa e os dois filhos. Havia o filho mais velho que Yuna, e havia a filha notavelmente mais jovem que ela. A peculiaridade da aparência deles era inegável, todos eram albinos, com cabelos brancos como leite, pele clara e olhos azuis. Toshihiro costumava contar histórias sobre raros membros do clã, lendas que remontavam a tempos passados.

Segundo essas histórias, esses antigos membros possuíam olhos de um azul neon poderoso, e eram dotados de habilidades sobre humanas e dons divinos. Eram verdadeiros deuses na terra. No entanto, os atuais membros do clã Gojo não possuiam tais olhos, nem tais poderes. Seus olhos, embora incomuns para japoneses, eram de um tom azul normal. A exceção ficava por conta da matriarca e do filho, cujos olhos eram negros. A filha mais nova, por sua vez, herdara os olhos azuis do pai, mas ainda assim, nada tão impactante quanto as lendas que Toshihiro costumava contar para Yuna.

Os membros do clã Gojo presentes ali trajavam kimonos brancos com o kanji de sua linhagem, seguindo a tradição japonesa. O patriarca, possuia maneiras respeitosas e semblante tranquilo, conversou com Priya e compartilhou histórias sobre seu falecido marido, causos que ela jamais havia escutado. As palavras dele provocaram risos e admiração em Priya, e Yuna também se viu impressionada. A visita daquela família tão diferente, porém incrivelmente sociável, deixou Yuna surpresa e encantada.

Yuna fez amizade com Mitsuki, a filha mais jovem do patriarca Gojo, ela tinha apenas 14 anos. Mitsuki era como uma boneca de porcelana, irradiava delicadeza, lembrando uma princesa da neve. Seus longos cabelos brancos e olhos azuis, tão profundos quanto o céu, acentuavam sua beleza exótica. No entanto, por trás dessa aparência frágil, sua voz ressoava com poder e convicção, revelando uma força interior que surpreendeu Yuna.

O jovem mais velho que Yuna, tinha 21 anos. Ele era um enigma, parecia absorto em seu próprio mundo mental, perdido em pensamentos profundos. Sua beleza era notável, de traços marcantes, e corpo atlético que denotava disciplina e treinamento. Yuna imaginava que ele carregava consigo segredos e mistérios. Seu nome era Ren, ambos trocaram olhares curiosos, mas não passou disso.

— Você sabe... se precisarem de algo não hesitem em nos chamar. Tenho uma dívida com Toshihiro, e seria uma honra poder quitá-la junto a vocês. — disse o patriarca.

— Não hesitarei, pode ter certeza. — disse Priya e a convicção na voz da mãe a surpreendeu.

A visita havia sido agradável, a família Gojo deixou um grande buque de tulipas brancas para a família e fizeram orações no altar do butsudan onde havia uma imagem de Toshihiro.

Yuna tinha muitas perguntas sobre aquele clã excêntrico.

Priya os acompanhou até a saída e Yuna ouviu que conversaram rapidamente sobre algo que para Yuna era inaudível, mas pelo semblante de todos, devia ser algo sobre o naufrágio, estavam todos sérios e alguns olhares se voltaram para Yuna, que se sentiu entristecida, pois deviam estar com pena dela.