Princesa Leonor e o Guarda-costas

5)Primeira Saída

A noite estava perfeita em Zaragoza, com uma brisa fresca que tornava a caminhada até o restaurante ainda mais agradável. Leonor, Júlia e Miguel, todos vestidos casualmente, estavam animados para sair e relaxar um pouco depois de três semanas intensas de treinamento. Queriam esquecer, pelo menos por uma noite, a rotina dura da academia.

O restaurante escolhido tinha um clima aconchegante, com uma decoração rústica e luzes quentes que deixavam o ambiente acolhedor. Ao entrarem, foram recebidos pelo som de conversas animadas e o cheiro delicioso de comida fresca. Não demorou para notarem um grupo de cadetes da academia já acomodado em uma mesa grande. Alguns rostos eram conhecidos, outros menos, mas todos estavam sorridentes e descontraídos.

— Olha só, todo mundo decidiu sair hoje! — disse Miguel, apontando para o grupo.

Júlia sorriu e acenou para os colegas.

— Parece que tivemos a mesma ideia. Vamos nos juntar a eles?

Leonor hesitou um instante, consciente de que nem todos os cadetes a conheciam bem. Mas ela logo sorriu e concordou.

— Claro! Quanto mais, melhor.

Eles se aproximaram da mesa e foram recebidos por Pedro, um dos cadetes mais extrovertidos, que levantou-se para cumprimentá-los.

— E aí, galera! — exclamou Pedro, dando um tapinha nas costas de Miguel. — Tem espaço aqui. Juntem-se!

O grupo fez espaço para que eles se sentassem. Alguns cadetes pareciam um pouco surpresos de ver Leonor fora do ambiente da academia, mas rapidamente se acostumaram à ideia. Marta, uma cadete que geralmente ficava mais na dela, olhou para Leonor com curiosidade.

— Oi, Leonor! Que legal te ver aqui fora da academia — disse Marta, um pouco tímida. — Não pensei que você... sabe, pudesse sair assim.

Leonor deu um sorriso amigável, tentando deixá-la à vontade.

— Pois é, surpresa para todo mundo, né? Mas é bom dar uma pausa e sair um pouco do clima militar. E relaxa, eu sou só mais uma cadete fora da academia.

Marta riu, parecendo relaxar um pouco.

— É fácil esquecer isso. Tipo, você é a princesa da Espanha, mas, aqui, estamos todos na mesma.

Enquanto a conversa fluía, mais cadetes se juntaram à mesa, e o ambiente ficou mais animado. Os garçons começaram a trazer os pratos, e o lugar se encheu de risadas e conversas sobre tudo, desde o treinamento até assuntos aleatórios. O garçom, um senhor simpático, serviu a todos sem demonstrar qualquer reação especial, mas algumas pessoas ao redor do restaurante começaram a notar a presença de Leonor.

Os seguranças de Leonor estavam posicionados discretamente, mas ainda assim eram perceptíveis. Não demorou muito para que alguns clientes do restaurante começassem a sussurrar e trocar olhares. Miguel, que estava sentado ao lado de Leonor, percebeu o aumento de olhares curiosos.

— Acho que fomos notados — sussurrou ele para Leonor. — Você atrai muita atenção, mesmo quando está tentando ser discreta.

Leonor deu de ombros, com um sorriso resignado.

— É o pacote completo. Os seguranças sempre acabam entregando tudo. Mas faz parte. Pelo menos ninguém está causando confusão.

Júlia, do outro lado da mesa, notou a situação e tentou manter o tom leve.

— Vamos apenas curtir a noite. Nada de preocupações. Estamos todos aqui para relaxar.

Os cadetes ao redor assentiram, concordando. Alguns ainda olhavam para Leonor com uma mistura de curiosidade e admiração, mas todos mantinham a compostura. Pedro, que estava observando mais do que participando, finalmente falou.