Pequeno satã.

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"As vezes o mundo dos vivos,
Se mistura com o mundo dos mortos."

Califórnia,03:00AM.

Louis abriu os olhos,não conseguia ver nada além do breu que o quarto estava.Sua garganta estava seca e doia, parecia que havia corrido uma maratona ou tinha sido abandonado no deserto por uma semana sem sequer uma gota de agua.Pegou seu celular que estava ao lado e iluminou ao seu lado onde Harry estava e deu um leve beijo em sua bochecha, arrancando um suspiro dele.

Era 03:00 horas da manhã.

Louis se levantou e saiu do quarto com apenas a lanterna do celular,era apenas um copo de água,não tinha necessidade de acender todas as luzes, além de que não sabia onde ficava os apagadores.Ao passar pela sala onde estavam horas antes,seus olhos foram em direção ao tabuleiro que ainda estava jogado no chão junto com as quatro velas ao redor.Um arrepio atravessou todo seu corpo,a casa ainda carregava aquela má energia.

O garoto apenas tentou ignorar e andou mais rápido em direção a cozinha,pegou um copo e colocou em baixo do bebedor onde descia uma água gelada,e então bebeu tudo de vez como se não houvesse o amanhã.E talvez não haveria mesmo.

Suspirou fundo e fechou os olhos,e ao abri-lôs foram obrigados a olhar para o tabuleiro,parecia que estavam o hipinotizando,como um convite para ir lá e jogar sozinho sem que ninguém soubesse. Ele sabia que não podia,mas algo o puxava,incentivava e o forçava a ir lá, talvez não seria uma má ideia,que mal poderia acontecer não é?

Todos os seus pelos continuavam arrepiados, suas mãos se tornaram geladas e tremulas,seus olhos não conseguiam desviar do jogo,era como se algo estivesse dentro do seu corpo o controlando,e motivado pelo oque quer que seja Louis correu em direção ao tabuleiro.Ele estava assustado e sentia medo,mas havia uma motivação maior,então não se importou com os inuteis sentimentos de medo,medo significa ser inferior a algo ou alguém,e nesse momento ele não gostou da ideia de ser inferior,a melhor opção era desafiar o próprio diabo.Ou melhor,ele era o próprio Satã em pessoa,então estava desafiando a si próprio.Assim soava melhor.

O garoto fechou os olhos e respirou fundo,colocou seus dedos sobre a peça em cima do pedaço de madeira e então iniciou o ritual.

—Sou Louis,posso entrar para o jogo?

"S,I,M."

—Oque você quer comigo?

"S,A,N,G,U,E"

—E oque eu poderia fazer para ajuda-lô?

"M,E D,E,I,X,E T,E G,U,I,AR"

—Não posso permitir isso.

"V,O,C,Ê É M,E,U.P,E,Q,U,E,N,O S,A,T,Ã"

—Oque isso quer- —Sua fala foi corta- da,pois o garoto desmaiou.

Do outro lado da casa Zayn se despertava do seu sono com uma fisgada no pé da barriga,ele precisava ir ao banheiro,mas poxa a cama estava tão quente.Depois de minutos de relutância o menino se levantou, o relógio do celular marcava 03:30 da manhã,e então ligou as luzes de alguns cômodos da casa pelo controle do celular,era menos trabalho e mais rápido.

Andou em direção a sala lentamente quando ouviu alguns murmúrios desconexos,mas não havia nada lá, estava tudo como deixou quando foi dormir.Ao chegar na cozinha Louis estava de costas,com um copo na mão e cabeça baixa.

—Lou,oque você está fazendo aqui?

—Nada.Estava com sede.—Respondeu ainda de costas e cabeça baixa.

—Está tudo bem?

—Melhor que nunca.Estou indo deitar.

E então finalmente o garoto levantou o rosto e se virou,revelando seus olhos negros no qual Zayn não reparou muito,talvez poderia ser impressão por causa do sono e o escuro que estava na cozinha, mas sentiu que algo estava estranho, seu amigo estava com uma feição estranha,um sorriso medonho,uma voz diferente.

E sem ir ao banheiro Zayn correu para o quarto amedrontado.Ele tinha certeza que algo estava errado e aquele não era seu amigo.




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