Capítulo 3 - Amarelo

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AMARELO

Amarelo é um dia ensolarado

SABE AQUELE DITADO QUE DIZ "a vida é uma montanha-russa"? Pois é, a minha vida parece mais uma daquelas montanhas-russas que ninguém quer andar porque parece prestes a despencar a qualquer momento. Mas sabe qual é a diferença? Eu abracei essa montanha-russa com tanto entusiasmo que acabei pintando-a de amarelo.

Amarelo. A cor do sol, da alegria, da energia. Amarelo me lembra um dia ensolarado, e eu estava prestes a trazer um pouco desse sol para o meu querido diretor. Não por bondade no coração, claro, mas por pura diversão

O colégio, com seus corredores impecavelmente limpos e suas regras engessadas, estava me sufocando. Eu precisava de um escape, algo para quebrar a monotonia da vida . E quando pus meus olhos naquela lata de spray amarelo brilhante, escondida atrás de um velho armário na sala de materiais de limpeza, soube exatamente o que fazer.

Caminhei furtivamente pelos corredores, evitando qualquer professor ou aluno que pudesse me atrapalhar. Encontrei o escritório do diretor no fim de um corredor pouco frequentado, a porta de madeira maciça parecia rir na minha cara com sua seriedade excessiva.

— Aposto que ele nunca imaginaria que eu faria uma visita tão especial. — murmurei para mim mesma, sacudindo a lata de spray com entusiasmo.

O primeiro jato de tinta amarela atingiu a porta com um sibilo baixo. Meus movimentos eram rápidos e precisos, como os de um artista consumado que trabalha sob pressão. O sol que eu pintava ganhava vida diante dos meus olhos, irradiando energia, mas por alguma razão acreditei piamente que aquilo estava bonito demais para alguém tão amargurado como o diretor. Então decidi transformar aquele sol cheio de vida em um clássico grande pênis cheio de vida. Desenhei aquilo tão detalhado que era possível ver até as veias.

— Perfeito — murmurei, admirando minha obra. Aquilo certamente traria um novo significado à expressão "excitar" o dia de alguém.

Mas a adrenalina não parava por aí. Antes que pudesse dar o último toque de mestre para a minha pica brilhante, a maçaneta da porta girou.

— O que diabos você está fazendo? — a voz do diretor era um trovão que ecoava pelos meus ouvidos.

Virei-me lentamente tentando esconder — inutilmente — a lata de spray atrás das costas como se isso fosse suficiente para enganá-lo. O diretor, um homem de meia-idade com uma testa franzida e careca brilhante — que poderia facilmente rivalizar com a de qualquer filósofo grego — olhava para mim com uma mistura de choque e incredulidade.

— Oh, diretor! — exclamei, tentando soar inocente. — Eu pensei que uma explosão de cor seria exatamente o que este lugar precisava.

Ele franziu ainda mais a testa, olhando para a obra de arte radiante na porta atrás dele.

— Maeda, você... — ele começou, parecendo sem palavras diante da ousadia da minha ação.

— É incrível, não é? — interrompi, sem conseguir conter o orgulho na minha voz — Eu só estava tentando trazer um pouco felicidade para o seu dia! — fiz um biquinho, tentando soar inocente.

— Você chama isso de "felicidade", senhorita Maeda? Pichar um órgão genital e obsceno na minha porta? — Ele cruzou os braços, parecendo não saber se deveria ficar furioso ou simplesmente confuso com a minha audácia.

— Na verdade, eu acho isso muito feliz, diretor. Eu não sei o senhor, mas sexo é algo natural do ser humano e involuntariamente trás felicidade. — respondi com um sorriso travesso e munida de falta de vergonha na cara, segurando a lata de spray à vista agora. — Mas talvez seja só eu que associe isso à felicidade, até porque o senhor não tem noção do quanto eu gosto de fazer sex... — Fui interrompida.

𝙆𝘼𝙇𝙀𝙄𝘿𝙊𝙎𝘾𝙊𝙋𝙀, tokyo revengers (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora