Capítulo 4 - Laranja

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LARANJA

Laranja é uma explosão de adrenalina.

UM GRITO ESCAPOU DOS MEUS LÁBIOS enquanto eu agarrava Ryusei instintivamente. O vento zunia nos meus ouvidos enquanto caiamos em queda livre. Eu só conseguia imaginar meu lindo corpinho estatelado no chão, após bater violentamente contra o concreto duro. Eu confesso que não venho sendo uma boa pessoa, mas que belo jeito de morrer, hein. Tem tantas coisas que eu tenho vontade de fazer e que ainda não consegui. Sempre quis aprender a tocar guitarra, comer um bolo inteiro sozinha, aprender a dançar tango, escrever um livro sobre todas as minhas aventuras para meus futuros filhos lerem, e até mesmo ter um hamster chamado Walter. Mas tudo isso não irá passar de desejos assim que eu sentir o impacto duro e doloroso. A sensação de queda livre era como se o tempo se esticasse, a adrenalina fazendo meu coração martelar no peito enquanto me segurava com força em Ryusei. Fechei os olhos temendo a dor, no entanto, o impacto foi rápido e inesperado, e fui envolvida por água fria e límpida.

Quando emergimos da água, foi como se o mundo voltasse ao normal. O ar fresco da noite, agora misturado com o cheiro da piscina, acalmou meus sentidos agitados. Ryusei me segurava firmemente pela cintura, ajudando-me a subir até a borda da piscina. A água escorria pelo meu rosto e cabelo, e eu ri. Puta merda, eu ri pra caralho, como se fosse a resposta mais óbvia para amenizar a adrenalina que eu senti.

— Ai meu Deus! — gritei ofegante, o coração batia forte pela explosão de adrenalina — Você é completamente maluco, Ryusei. Mas isso foi... incrível. — admiti, ainda tentando recuperar o fôlego.

Ele sorriu de volta, aquele sorriso calmo e confiante que agora eu comecei a associar a ele.

— Eu faço isso sempre, mas a sensação de pular com alguém é muito mais revigorante — ele disse, ajudando-me a sair da piscina.

Ryusei me guiou pelo corredor até o seu dormitório, que ficava não muito longe do terraço onde tínhamos acabado de pular. Eu ainda tremia um pouco pelo mergulho inesperado, e a adrenalina daquela aventura ainda corria forte em minhas veias.

Fomos nos esgueirando pelo corredor, desviando de alguns guardas que me procuravam. Assim que chegamos ao quarto dele, Ryusei abriu a porta com um sorriso. Era um espaço simples, mas acolhedor, com uma sala arrumada e algumas prateleiras cheias de livros.

— Entre, sinta-se à vontade. — Ele disse gentilmente, indicando um banco ao lado da cama onde eu poderia me sentar.

Antes que pudéssemos nos recuperar totalmente da pequena aventura, ouvimos passos rápidos se aproximando pelo corredor. A porta se abriu abruptamente e um garoto entrou, visivelmente agitado. Eu reconheci ele, era Kazutora — o garoto que eu esbarrei no meu primeiro dia. —

— Ryusei, cara, você não vai acreditar. Picharam uma pica enorme na porta do diretor! — Kazutora parecia animado, até perceber minha presença. Seus olhos se arregalaram um pouco ao me ver ali molhada e com roupas manchadas. — Garota problema? — ele riu — Foi você? — riu novamente — Você realmente está tentando ser expulsa? — gargalhou dessa vez.

Ryusei se aproximou dele rapidamente, tampando a boca de Kazutora.

— Shhh, cara, não faça tanto barulho. Eu esbarrei com ela por acaso no terraço e agora estou ajudando ela. — Ele sussurrou rapidamente. — Maeda, vou deixar você tomar um banho rápido para se aquecer e quando as coisas lá fora se acalmarem eu te levo até seu dormitório. — ele disse me entregando uma calça de moletom e uma jaqueta de moletom preta (cheirava testosterona e perfume marculino. Não vou mentir, eu gostava do cheiro de homem cheiroso.)

𝙆𝘼𝙇𝙀𝙄𝘿𝙊𝙎𝘾𝙊𝙋𝙀, tokyo revengers (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora