Mar Infernal

2 1 0
                                    


Ahoy Amigos!!!!
Chegou o dia de subjugar a Corrente, porém os Elos já estavam preparados para a armadilha e estão prontos para pegarem o plano da SHIELD e voltá-lo contra seus agentes e aliados.




 - Stephen... eu só gostaria de dizer que eu não tenho como agradecer o suficiente... por tudo: pelo abrigo e proteção... e também pelas lições de magia.

- E não precisa.

- Preciso sim. E pedir desculpas por todas as vezes em que fui inconveniente.

- Bom, você é um pouquinho travessa, mas uma boa garota. A SHIELD me aguarda agora.

- Boa sorte!

ILHA HOWLAND, OCEANO PACÍFICO

Stephen fechou os olhos, sob a impressão de que além das areias da Ilha Howland abaixo deles, as ondas açoitavam seu espírito. Ele sentia sobre o rosto os mesmos feixes de luz pálida e indecente beleza da lua que prateava o Pacífico, tentando não pensar nas águas traiçoeiras, na espuma que chiava como uma serpente, em seu peso avassalador. Nas criaturas que se ocultavam por entre suas trilhas fantasmagóricas de sal, leviatãs cuja mera aparência bastava para provocar a insanidade do mais equilibrado dos homens. No número de pessoas cujas vidas foram tragadas por ele impiedosamente.

Em sua imensidão sem ar.

- Você está bem? – Stephen sentiu a mão pesada e ao mesmo tempo suave em seu ombro. Ele abriu os olhos e assentiu para o Capitão América.

- Só quero acabar logo com isso – sua resposta bastou para o ícone norte-americano, que concordou com um aceno de cabeça e voltou os olhos para a abertura do quinjet, recoberto pelo material espelhado que voava fora de qualquer radar. O mago estava ciente do tremor de suas mãos e odiava isso.

A imagem de Donna no fundo do lago, com os olhos semiabertos opacos e os cabelos castanhos se confundindo por entre as algas tão mortas quanto ela já estava, cruzou sua mente com a rapidez e crueldade implacáveis de um raio. Stephen podia jurar que sentia seu coração, pulsante como o dela há muito não era, envelhecendo dentro de si. Aí ele se lembrou que os olhos de Donna não eram lilases.

Milena também adorava água, como Donna, mas a brasileira gostava especialmente do mar. Ela procurava não mencioná-lo muito quando estava perto de Stephen – ele reparara que ela havia percebido que seu mestre não gostava muito de grandes massas d"água, e o fazia por consideração ao mago, pelo que ele era grato, mas quando se julgava sozinha com Wong, não hesitava em compartilhar com ele seus sonhos relacionados aos oceanos. Seus olhos brilhavam como ametistas ao falar dele, de certo modo mais intenso do que o cintilar cristalino que Donna costumava lançar na direção do lago que tragou sua vida; enquanto que o rosto de Donna ficava sereno e tranquilo, os traços da menina pareciam ficar mais claros, sua aura se permitia emanar vívidas combinações de rosa, azul e violeta e seu Anahata se agitava alegremente no peito, às vezes dando a impressão que dançava. Devido ao fato daquela aura ser quase dormente, apenas um amor autêntico poderia realizar aquela proeza – assim como um ódio realmente intenso. E o fato daquele amor pertencer àquele hades cruel e indomável abaixo dele o fazia se desesperar.

Apesar de manter o rosto sério e calmo sob a máscara azul, os músculos de Rogers ficaram tensos. Stephen se aprumou, afastando da mente a terrível imagem de Milena encontrando o fim como sua irmã para focar-se em seu dever.

- Atenção agora – a voz de Nat soava eletrônica dos comunicadores – eles chega...

Um clarão branco, seguido de uma onda de choque que sacudiu o mundo interrompeu a agente Romanoff abruptamente. O Doutor Estranho e o Capitão América foram jogados de um lado para o outro pela inércia. Luzes e assobios de emergência reverberavam pela nave que vibrava.

Doutor Estranho: A AprendizaOnde histórias criam vida. Descubra agora