Morte em Kamar-Taj

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Ahoy Amigos!!!!
Esse capítulo é cheio de demônios. Aviso desde já que não será fácil para muitos leitores, assim como não foi fácil para mim escrevê-lo.
Continuaremos de onde paramos. Alguém trouxe a peste para o abrigo, e o preço será caro: uma tragédia se abaterá sobre o Kamar-Taj, como o título do capítulo bem o denunciou.


ADVERTÊNCIA:
ESSE CAPÍTULO POSSUI CONTEÚDO QUE PODE SER INADEQUADO PARA ALGUNS LEITORES. A AUTORA IMPLORA QUE A LEITURA SEJA REALIZADA COM CAUTELA.




Milena havia sido rápida. Antes que o coração – que estava acelerado – prosseguisse para a próxima batida, sua mão já estava sobre o Anel de Acesso; por isso, a velocidade com a qual Siberiak agarrou seus pulsos e os ergueu, prendendo-os às Algemas energéticas de Krakkan – sobre as quais Wong já lhe falara e que, portanto, não lhe permitira usar seus poderes para escapar – e forçando-a a se levantar, foi arrebatadora, mesmo considerando-se que ele era um weretiger.

Ele tomou-lhe o Anel de Acesso dos dedos, afrouxando a força para que ela aprumasse a postura. Ela não ousou tentar executar nenhum movimento de Krav Maga, certa de que ele estava pronto para qualquer pequeno ataque surpresa dela.

- Eu fico com isso, certo? – Siberiak disse agradavelmente, como um amigo que impede o outro, já embriagado, de virar o próximo drinque goela abaixo. – Agradeço-lhe tremendamente, por facilitar nossa ida ao devido destino.

- Como você... – a mente de Milena piscou, fazendo-a descobrir a resposta antes mesmo de completar a pergunta. – alguém te colocou aqui dentro.

Siberiak balançou a cabeça em concordância.

O homem-tigre usava um tapa-olho negro acolchoado sobre o antigo olho direito, e aquele que permanecera intacto agora brilhava com uma fosforescência espasmódica: azul e frio, como a bioluminescência das criaturas abissais, porém sem o encanto. Suas feições exprimiam um apetite que deixou Milena nauseada.

Ele puxou-a para perto, e seu rosto avançou ansioso, fazendo Milena tomar um susto, pensando que ele iria beijá-la, mas felizmente ele parou por alguns centímetros de distância. Podiam-se escutar as tentativas de Wes de remexer-se no chão.

- Tão esperta e rápida. Foi por isso que Secreto se interessou tanto em você.

Aquilo fez uma ideia tão rápida quanto um relâmpago surgir na mente de Milena. talvez ela ganhasse algum tempo se o provocasse, quem sabe se...

- Não seria você quem se interessou por mim? – retrucou com toda a insolência que conseguiu reunir.

No mesmo segundo em que aquele lampejo cruzou o olhar de Siberiak, Milena se arrependeu amargamente de suas palavras.

- Ah sim – ele abriu um sorriso repugnante – e eu também.

Ele atacou tão de repente que Milena não teria a menor chance de reagir mesmo com as mãos livres. Siberiak agarrou-a pelos cabelos e bateu sua testa contra a ponta da quina da escrivaninha, abrindo um corte. Por um momento, Milena só viu estrelas. Então sangue começou a escorrer para o olho direito de Milena, o que a forçou a fechá-lo. Que maravilha; estava praticamente cega de visão periférica pelo lado direito. Ao perceber que seria jogada na cama, Milena reuniu as réstias de orientação que ainda possuía para manter os braços a sua frente, de modo que quando afundou sobre os tecidos azeitados e esmagou com seu corpo as flores, seus braços não ficaram imobilizados pelo seu tronco.

Com a cabeça afundada no kapok, o algodão utilizado pelos malaios para estofar colchões e almofadas, sua mente repetia sem para o mesmo refrão urgente e desesperado: Não, não, não, merda, não, merda, não, merda, não...

Doutor Estranho: A AprendizaOnde histórias criam vida. Descubra agora