Bárbara organiza casamentos. Não só esse tipo de celebração, mas todos os tipos de festas que se possa imaginar, mas os casamentos... Ah... Os casamentos mexem com a garota. Não é atoa que ela tem planejado tim tim por tim tim do seu... Mesmo não te...
Não sei o que me incomoda mais essa manhã: estar com torcicolo ou os três velhos me encarando quando entro na cozinha.
Pediram o milagre da multiplicação? Fui dormir tinha um, acordei tem três? Aff.
—Bom dia — Murmurei passando a mão pelos ombros pra tentar aliviar os nós de tensão que acumularam ali pela noite mal dormida.
O fiscal que já estava aqui ontem soltou uma risadinha e eu precisei controlar pra não mandar ele ir à merda depois de todo aquele showzinho que o jogador de meia tigela armou no quarto.
E que merda, meu Deus. O que diabos tá rolando comigo?! Do nada eu fico quieta enquanto ele desce um tapa na minha bunda?! Qualé. Já fui mais forte, tá?
—Tudo bem, senhora Barbosa? — O fiscal pergunta — Parece que teve uma noite agitada, não é?
Há-há.
Agitadíssima.
Precisei me espremer numa poltrona pra não acabar transando com meu “marido” logo depois de ter encenado uma cena de sexo com direito a cama batendo na parede, tapa na bunda e os caralho.
Se bem que... Não sei se posso chamar de encenação quando quase acabamos transformando a cena em realidade logo depois.
Cocei a garganta.
—Pois é — Soltei uma risada — Dormi de mal jeito, acredita?
Mais risadinhas.
—Pelo amor de Deus, me salva — Murmurei pra Rose, chegando mais perto — Mais um dia nesse pesadelo e vou querer me jogar do último andar dessa casa.
—Você tá com umas olheiras horríveis, o que foi que aconteceu? — Ela sussurrou de volta, virando o corpo para que os fiscais não nos vissem.
—Olha... — Passei a mão no rosto — Qual a programação desses carrapatos hoje? Me diz que todos eles vão pra um puteiro essa noite pra eu poder dormir em paz só um diazinho — Choraminguei.