Esquadrão

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Hakuji tentou conter seu nervosismo ao máximo enquanto Matsuemon o guiava até o esquadrão dos caçadores. O lua superior três tentou ignorar o fato de que estava sendo procurado por Muzan; aquele esquadrão esteve escondido por muitos anos, e o corvo foi capaz de guiá-lo propriamente, por um caminho livre de quaisquer oni.

- Não se esquece que todos os hashiras estão lá - Gritou o corvo de cima - para caso você queira tentar algo engraçado!

- Ué, não confia em mim? Ficamos uma semana juntos! - Respondeu Hakuji, rindo. Era pouco tempo, mas mesmo assim, Matsuemon foi capaz de reconhecer sua vulnerabilidade, por isso, continuou a voar quieto.

Sob a luz da lua minguante, os dois chegaram em frente a um portão de madeira. Lá, estava Tanjiro, novamente. Hakuji ficou genuinamente feliz em vê-lo. O garoto sorriu ao vê-lo também, esperançoso.

- Matsuemon me relatou tudo através de outros corvos. Você realmente saiu do controle do Muzan! Falei sobre isso com o mestre Ubuyashiki, e todos os hashiras ficaram por aqui, mesmo assim. Até o hashira do som desistiu da missão no distrito do entretenimento. Não se preocupe, pois se Ubuyashiki confia em você, os outros também acreditarão!

Hakuji entrou lentamente na área, enquanto Matsuemon sussurrava alguma coisa para Tanjiro, que ficou perplexo. Soyama ignorou, suas emoções fortes demais para notar a conversa ou caminhar mais um passo.

- Mais um oni... Mais um oni! Só pode ser piada! - Sussurrou um Kakushi ao longe, que, assim que Hakuji virou a cabeça para ele, o mesmo correu.

O ambiente estava vazio e quieto, mas ainda assim, Hakuji percebeu que estava sendo observado. - O mestre de vocês? Confia em mim?

- Ele confiou na Nezuko, então, pôde confiar em você também. Mas acho que já posso te dizer... A Nezuko é uma oni que jamais devorou ou machucou nenhum humano. Pode ter demorado a acontecer com você, mas ao menos, também é um pouco o seu caso! Pode entrar na mansão borboleta, é lá que você vai ficar!

Antes que Hakuji criasse coragem para caminhar até a dita mansão, uma silhueta pequena correu ao seu lado, abraçando Tanjiro com força.

- Aliás, esta é a Nezuko!

A pequena oni olhou para Hakuji e rapidamente tornou a abraçar a cintura do mesmo. Hakuji encarou Nezuko, surpreso.

- Se a Nezuko gostou de você... Eu também vou gostar.

Hakuji olhou para Tanjiro, que sorria calorosamente. Nezuko levantou a cabeça, ainda abraçada à Hakuji, e através do bambu que cobria sua boca, Soyama pôde constatar que a oni também sorria.

E por isso, Hakuji permitiu-se sorrir também.

Aquele seria o começo de uma árdua jornada.

****

Durante duas semanas, Hakuji nunca se sentiu tão observado. Provavelmente, se onis precisassem ir ao banheiro, até mesmo lá teria algum hashira para escoltá-lo. Hashiras, caçadores de patentes mais baixas e até mesmo kakushis sempre o observavam, distantes. Hakuji os entendia completamente, caminhando cabisbaixo à noite por entre os humanos do lugar, o kanji "superior três" dos olhos nunca mais à vista.

Haviam seis pessoas as quais ele já podia confiar:

Tanjiro, é claro, que se assemelhava a um anjo terrestre.

Nezuko, que era uma oni fofa e carinhosa até demais. (Hakuji queria ter tido o mesmo destino)

Ubuyashiki, um homem tão gentil e íntegro que fazia a tempestade do coração de Hakuji se acalmar sempre que ouvia sua voz.

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