Capítulo 2: A Descoberta

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Três semanas depois

Wooyoung acordou mais uma vez com aquela sensação de enjoo matinal. Ele tinha notado essas mudanças em seu corpo nas últimas semanas: a náusea, a fadiga inexplicável, e até mesmo um leve ganho de peso. No início, pensou que fosse apenas uma gripe ou talvez o estresse do trabalho, mas algo dentro dele dizia que era mais do que isso.

Naquela manhã, após San sair para o trabalho, Wooyoung tomou uma decisão. Com mãos trêmulas, ele saiu de casa e foi até a farmácia mais próxima. Comprou um teste de gravidez, sentindo o coração bater mais rápido a cada passo que dava. De volta ao apartamento, ele se trancou no banheiro, seus pensamentos girando como um turbilhão.

O tempo parecia passar lentamente enquanto ele esperava os resultados. Finalmente, quando a pequena tela revelou duas linhas, Wooyoung sentiu uma mistura de emoções tomar conta de seu corpo. Medo, alegria, e uma profunda insegurança se misturavam em seu coração. Ele estava grávido. Grávido de San!

Sentado no chão do banheiro, Wooyoung se lembrou de uma conversa que tiveram há alguns meses atrás. San mencionou que não gostava muito de crianças, que não se via como pai. Wooyoung sentiu um aperto no peito ao recordar essas palavras. Como ele poderia contar a San sobre o bebê agora?

Wooyoung se levantou do chão do banheiro e olhou para seu reflexo no espelho. Seus olhos estavam vermelhos pelo choro, refletindo a confusão e o medo que sentia. Ele sabia que precisava de tempo para processar a notícia antes de contar a alguém, especialmente a San.

Wooyoung passou o restante do dia tentando decidir o que faria, mas não chegou em muitas conclusões. O que ele tinha certeza era que queria o bebê, queria muito e até se animou um pouco se imaginando pai, mas o medo o consumia novamente ao pensar em San.

E se San o deixasse se descobrisse? Se o mandasse tirar o bebê? Se mandasse ele de volta para a casa de seus pais e não assumisse suas responsabilidades?

Wooyoung estava com medo, por isso decidiu que não contaria. Não sabia por quanto tempo conseguiria esconder, mas daria o seu melhor para não contar nada ao seu namorado e nem deixar que ele descubra nada.

Quando San chegou naquela noite, o Jung já estava dormindo, acabou pegando no sono enquanto assistia a uma série, então apenas recebeu um beijo em sua testa e uma manta quentinha em seu corpo.

Nos dias seguintes, Wooyoung tentou manter a rotina normal, mas a gravidez começou a cobrar seu preço. Os enjoos matinais eram difíceis de esconder, e ele se pegava evitando certos alimentos que antes adorava. Ele sabia que não poderia continuar assim por muito tempo sem que San percebesse algo.

Uma manhã, enquanto preparava o café da manhã, San se aproximou por trás e envolveu Wooyoung em um abraço carinhoso.

— Você está tão pálido ultimamente, Wooy. Tem certeza de que está tudo bem? — perguntou San, com a preocupação evidente em sua voz. Wooyoung forçou um sorriso e assentiu.

— Estou bem, Sannie. Apenas cansado do trabalho.

— Nesse caso, não acha melhor fazer uma pausa?

Wooyoung se virou para ele, sendo assim abraçado novamente enquanto via os olhos preocupados do seu namorado, o que fez seu coração ficar molinho.

— Não se preocupe, eu estou bem, amor.

San deixou um selinho em seus lábios e afastou um fio de cabelo de seu rosto.

— Precisa de ajuda? — ele apontou para as frutas que Wooy cortava na bancada.

— Pode alcançar o liquidificador para mim?

— Claro.

San deixou mais um selinho nos lábios do Jung, pronto para se afastar, mas Wooy segurou sua camisa o fazendo ficar, ele entrelaçou os braços em volta do pescoço de San e envolveu a língua naquele beijo, deixando San um pouco surpreso.

San, pego de surpresa pelo gesto repentino, retribuiu o beijo de Wooyoung. Ele sentiu a intensidade nos lábios de Wooy, uma mistura de paixão e desespero que ele não conseguia decifrar completamente. Os braços de Wooyoung apertaram mais em volta do pescoço de San, puxando-o para mais perto, como se temesse que ele pudesse desaparecer.

San segurou a cintura de Wooyoung, sentindo o calor do corpo dele contra o seu. Wooyoung aprofundou o beijo, a língua explorando a boca de San com uma fome grande. San levou as mãos para a cintura de Wooyoung, acariciando ali, gostando ainda mais daquele beijo.

Os dedos de Wooyoung se enterraram nos cabelos de San, segurando-o firme, como se aquele beijo fosse uma âncora em um mar tempestuoso de sentimentos. San respondeu com fervor, suas mãos deslizando pelas costas de Wooyoung, sentindo os músculos se contraírem sob seus dedos.

Finalmente, quando o ar se tornou uma necessidade urgente, Wooyoung se afastou ligeiramente, seus lábios ainda próximos o suficiente para sentir a respiração de San. Seus olhos estavam entreabertos, olhando diretamente nos de San, tentando encontrar a segurança que tanto precisava.

San, ainda tentando recuperar o fôlego, colocou a mão no rosto de Wooyoung, acariciando sua bochecha com o polegar.

— Tudo bem, meu amor? — perguntou, vendo os olhinhos perdidos do Wooyoung.

Wooyoung apenas assentiu, sentindo as lágrimas começarem a se formar, mas segurando-as. Ele precisava desse momento, desse consolo, mais do que nunca. E, por enquanto, isso seria o suficiente.

San não parecia totalmente convencido, mas decidiu não pressionar. Wooyoung, por outro lado, sentia o peso do segredo crescer a cada dia. Ele sabia que não poderia esconder a verdade para sempre, mas o medo da reação de San o paralisava.

Naquela mesma tarde, Wooyoung decidiu procurar ajuda. Ele enviou mensagens a Yunho e Seonghwa, seus melhores amigos da época de escola, pedindo para se encontrarem em um café próximo. Sentado em uma mesa ao fundo, ele esperou ansiosamente pelos amigos. Quando finalmente chegaram, Wooyoung não conseguiu segurar as lágrimas.

— Eu... estou grávido — confessou Wooyoung, a voz trêmula. — Obviamente, é do San — Yunho e Seonghwa se entreolharam, surpresos, mas rapidamente ofereceram apoio.

— Wooy, isso é incrível, mas entendo que você está com medo — disse Yunho, segurando a mão de Wooyoung.

— San disse que não gosta de crianças. Tenho medo de como ele vai reagir — explicou Wooyoung, sentindo o peso da situação cair sobre ele mais uma vez.

Seonghwa, sempre prático, sugeriu que ele começasse a preparar San para a notícia de forma gradual.

— Talvez você possa começar a falar mais sobre crianças, ver como ele reage. E se precisar de qualquer coisa, estamos aqui para ajudar, sempre.

Com o apoio dos amigos, Wooyoung sentiu um pouco de alívio. Ele sabia que a jornada seria difícil, mas pelo menos não estava sozinho.

— E se ele me deixar? Eu sei que é tolo da minha parte agir assim, mas eu tenho medo, eu o amo. — Wooy enxugou uma lágrima.

— Nós sabemos. — Yunho falou. — Mas nada disso vai acontecer, mantenha a calma, nós estamos aqui pro que der e vier, está bem? Vamos dar um jeito, independente do que for, ok? Se San pensar em agir como um idiota, eu ainda sei alguns truques do carate. — Yunho fez um gesto com a mão e Wooyoung riu.

— Estamos com você, não se preocupe, vamos dar um jeito, com karate ou sem. — Seonghwa brincou, fazendo Wooy ficar mais aliviado.

— Obrigado, gente… eu amo vocês.

— Também te amamos Wooy.

— Sempre.

Wooyoung ficou um pouco mais aliviado, mas ainda não tinha ideia de como iria esconder isso de San.

𝘀𝗲𝗴𝗿𝗲𝗱𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼, woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora