Capítulo 8

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A comemoração na ala da equipe americana estava em plena força. Simone, com a medalha de ouro brilhando ao redor de seu pescoço, depois de ter vencido o individual geral se encontrava rodeada por sorrisos e risadas, o som das comemorações ecoando pelo espaço. Mas, no meio da euforia, seu pensamento se desviava para outra pessoa — alguém que ela sabia que provavelmente estava longe do barulho e da agitação.

Depois de alguns drinques, sentindo-se um pouco mais leve e talvez um pouco mais corajosa, Simone discretamente deixou a festa. Ela sabia exatamente onde Rebeca estaria. Havia algo nela que sempre procurava refúgio na prática, no foco, mesmo após uma grande competição.

Simone se dirigiu ao ginásio, que agora estava silencioso e vazio, exceto pela figura solitária de Rebeca, treinando com uma dedicação quase implacável. Ela observou por um momento, a mistura de sentimentos e álcool tornando tudo um pouco mais nítido, um pouco mais intenso.

Simone aproximou-se silenciosamente, seus passos quase inaudíveis no piso de borracha. Quando estava suficientemente próxima, inclinou-se e sussurrou no ouvido de Rebeca, a voz baixa e cheia de intenções ocultas.

"Eu queria aprender uma música lenta."

Rebeca deu um salto, o corpo reagindo ao susto enquanto ela se virava para encarar Simone. A surpresa estava estampada em seu rosto, mas também havia outra coisa — uma mistura de emoção e tensão que Simone conhecia bem.

"Simone, você me assustou!" Rebeca disse, tentando recuperar o fôlego e a compostura. "O que você está fazendo aqui?"

Simone deu um pequeno sorriso, um pouco malicioso. "Eu queria te ver. E pensei que talvez você pudesse me ensinar a dançar uma música mais... lenta."

Rebeca sentiu seu coração acelerar novamente, não apenas pela proximidade de Simone, mas pela implicação subentendida em suas palavras. Ela tentou se afastar, criando uma distância que parecia necessária, quase como uma linha de proteção.

"Simone," Rebeca começou, sua voz um pouco mais firme, "isso não é apropriado. Você está bêbada? e... você é casada."

Simone, porém, não recuou. Com um toque de humor e um brilho travesso nos olhos, ela respondeu: "Alterada, talvez. Mas bêbada, não. E dançar não é um problema, certo? Amigas dançam."

Rebeca ficou em silêncio por um momento, a mente tentando processar a situação. O que Simone disse tinha uma lógica desarmante, mas Rebeca sabia que havia mais por trás de suas palavras. No entanto, a tensão entre elas era inegável, e parte de Rebeca estava curiosa, talvez até desejando, ver onde aquilo poderia levar.

Simone deu um passo mais perto, suas mãos quase tocando os braços de Rebeca, esperando por sua resposta. "Vamos lá, Rebeca. Não é como se fosse algo errado."

Rebeca hesitou, seu olhar fixo nos olhos de Simone. Ela podia sentir o calor do corpo dela, a proximidade que aumentava a tensão no ar.

"Simone..." Rebeca começou, a voz suave mas com uma nota de cautela. "Eu não sei se isso é uma boa ideia."

Simone inclinou a cabeça, seu sorriso suavizando, tornando-se algo quase doce. "Rebeca, é só uma dança. Sem complicações, sem expectativas. Só... duas amigas dançando. Não há nada de errado nisso."

A música lenta que Simone mencionou não estava tocando em lugar algum, mas havia um ritmo no silêncio, algo que preenchia o espaço entre elas. Rebeca sentiu-se dividida, mas a insistência gentil e o olhar persistente de Simone eram difíceis de resistir.

Finalmente, Rebeca cedeu, embora de forma hesitante. "Tá bom, mas... só uma dança."

Simone sorriu, um sorriso que parecia carregar tanto alívio quanto algo mais profundo. "Só uma dança," ela repetiu.

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