Capítulo 15

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Simone observava Rebeca, que parecia ter congelado por alguns segundos após ouvir a confissão. O silêncio entre elas se estendeu, apenas quebrado pelo som suave da brisa noturna e o brilho distante da Torre Eiffel.

Rebeca finalmente respirou fundo, desviando o olhar para o céu estrelado, como se procurasse as palavras certas nas constelações.

— Simone, eu… — Rebeca começou, ainda hesitante. — Ela gesticulou levemente com as mãos, como se tentasse capturar o que estava sentindo. — Isso é muito complicado. Você está casada, e eu nunca quis me meter nisso.

Simone, que ainda estava deitada ao lado dela, segurou a mão de Rebeca com mais firmeza.

— Eu sei que é complicado. Eu sei que tem muita coisa em jogo. Mas o que eu sinto por você é real, e eu não posso mais ignorar isso.

Rebeca virou-se para encarar Simone, seus olhos refletindo a luz suave da noite.

— Simone, eu também já estou muito envolvida. Mas… — Ela fez uma pausa, reunindo coragem para continuar. — Mas por favor me escolha. Não só agora, mas sempre. Se você realmente me ama, então escolha ficar comigo. Enfrentemos tudo isso juntas.

Simone ficou em silêncio por alguns instantes, absorvendo as palavras de Rebeca. Ela sabia que a decisão não seria fácil, que haveria consequências e desafios, mas a ideia de perder Rebeca era muito pior.

— Rebeca, eu... — Simone começou, sua voz trêmula com a emoção. — Eu não quero perder você. Eu não sei exatamente como vamos fazer isso, mas eu estou com tanto medo, isso é tão novo para mim.

Rebeca olhou nos olhos de Simone, sentindo a sinceridade nas palavras dela. Ela sabia que a decisão seria difícil, mas também sabia que não queria continuar ignorando o que sentia.

— Eu não preciso que você decida tudo agora, Simone — Rebeca disse suavemente. — Eu sei que não é simples. Só quero que você pense em nós, no que poderíamos ser, e que me escolha se isso for o que você realmente quer.

Simone assentiu, apertando a mão de Rebeca como uma promessa silenciosa.

As duas ficaram em silêncio por alguns momentos, ainda de mãos dadas, sentindo o conforto de estarem juntas. As estrelas acima pareciam brilhar mais intensamente, como se testemunhassem aquele momento de vulnerabilidade e coragem entre elas.

Finalmente, Simone quebrou o silêncio com um suspiro.

— Sabe, Rebeca, eu nunca imaginei que as coisas ficariam tão complicadas. Mas estar aqui com você, debaixo desse céu, me faz sentir que tudo vai dar certo, de um jeito ou de outro.

Rebeca sorriu, ainda olhando para as estrelas.

— Eu também sinto isso. E, independentemente do que acontecer, estou feliz por termos tido essa chance de nos conhecer de verdade.

Simone se aproximou mais, até que seus rostos estivessem a apenas alguns centímetros de distância.

— Não importa o que aconteça, Rebeca. Eu sou grata por ter você na minha vida.

Rebeca sorriu, um sorriso cheio de emoção, e sem dizer mais nada, se inclinou levemente para Simone, seus lábios se tocando em um beijo suave, quase um selinho, mas carregado de promessas.

Quando elas se afastaram, ainda com os rostos próximos, Rebeca murmurou:

— Vamos viver esse momento. Seja o que for, eu não quero perder isso.

Alguns minutos depois Simone riu nervosamente, tentando disfarçar o que realmente estava sentindo. Ela se levantou ligeiramente, apoiando-se em um cotovelo enquanto olhava para Rebeca com um olhar meio curioso, meio brincalhão.

— E então, Rebeca — Simone começou, tentando soar casual — qual é a sua com a italiana? Falando sério mesmo.

Rebeca arqueou uma sobrancelha, o sorriso brincando nos lábios.

— Você fica extremamente gata com ciúmes sabia — Rebeca provocou, sua voz carregada de humor. — Você faz exatamente a mesma cara que faz quando perde uma competição.

Simone bufou, revirando os olhos de forma exagerada.

— Eu não tô com ciúmes — ela afirmou, tentando soar convincente, mas o leve rubor em suas bochechas entregava a verdade.

Rebeca riu, claramente se divertindo com a situação.

— Ah, então se você não está com ciúmes, não tem problema eu dizer que acho a italiana bonita, né? — Rebeca implicou, o sorriso travesso no rosto.

Antes que Rebeca pudesse dizer mais alguma coisa, Simone se moveu rapidamente, rolando sobre Rebeca e prendendo-a debaixo dela. Os olhos de Simone estavam intensos, e ela inclinou-se para mais perto, seu rosto a poucos centímetros do de Rebeca.

— Ela não é bonita — Simone disse em um tom intimidador, quase possessivo e olhos queimando.

Rebeca sentiu o coração acelerar ao ver a seriedade no olhar de Simone, mas não pôde deixar de provocar mais um pouco.

— Bom, eu acho que ela é sim… — Rebeca disse, a voz ligeiramente provocativa, mas o sorriso logo se desfez quando ela viu a intensidade nos olhos de Simone.

Houve um momento de silêncio carregado, onde tudo ao redor parecia desaparecer, deixando apenas as duas ali, naquele instante. Simone estava prestes a dizer algo, mas Rebeca interrompeu, rindo levemente.

— Eu tô brincando, Biles — ela disse, suavizando a tensão com um toque na bochecha de Simone. — Pode parar com o ciúmes. Só tenho olhos pra você.

Simone exalou um suspiro que parecia conter mais do que apenas alívio. Ela sorriu, ainda um pouco cética, mas deixou o peso do corpo cair levemente sobre Rebeca, apoiando a testa na dela.

— Você gosta mesmo de mexer comigo, hein? — Simone murmurou, fechando os olhos por um momento, aproveitando a proximidade.

Rebeca sorriu, passando os braços ao redor da cintura de Simone, trazendo-a para mais perto.

— Só porque eu adoro ver esse lado seu — Rebeca respondeu suavemente, apertando-a em um abraço. — E porque, lá no fundo, eu sei que você gosta também.

Simone riu, um som suave e cheio de carinho, antes de se afastar um pouco para olhar Rebeca nos olhos.

— Talvez eu goste, sim — ela admitiu, ainda sorrindo.

Rebeca sorriu de volta.

— Eu prometo que não vou te provocar tanto… por enquanto — Rebeca brincou, piscando um olho.

— Acho que essa noite em Paris vai ser difícil de esquecer — Simone disse, olhando para o céu estrelado.

— E eu não quero esquecer — Rebeca respondeu suavemente, apertando a mão de Simone, sentindo que, de alguma forma, o que tinham ali era algo que duraria muito além daquela noite.

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