Capítulo 7

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Mateus havia viajado.

Depois de simplesmente beijar Malu e quase a engolir, ele havia recebido uma ligação importante e antes mesmo do jantar, já havia partido com Daniel para outra cidade.

Sem conversa, sem nada, apenas uma Malu que fora largada no meio do corredor como se não fosse nada. Bem, ela não havia criado nenhuma expectativa nem nada do tipo, sequer estava apaixonada e não gostava do caipira de forma romântica, tudo não passava de atração. Mas havia se chateado tanto que estava ignorando as mensagens dele enquanto tentava o máximo evitar passar perto de Lucas. Estava parecendo um rato se escondendo do gato.

Malu estava jogada no sofá da sala completamente desanimada, pois havia tido um pesadelo horrível e não queria voltar a dormir em plena madrugada. Eram exatamente três horas da manhã e ela se sentia desligada do próprio corpo. Sua vida andava uma bagunça gigantesca, não sabia se Lucas a odiava ou se apenas tolerava suas ações, mal havia visto Felipe depois do café da manhã do dia anterior e sentia falta de fofocar com Alice.

Malu não teve a noção do tempo estando deitada naquele sofá usando uma camisa grande de Mateus como pijama para dormir. Quando o sol começou a iluminar a fazenda, ela sentia como se seu corpo tivesse sido atropelado e se forçou a subir para o quarto, tomou um banho rápido e se vestiu com uma legging preta e uma blusinha marrom de manga comprida com botões no decote. Amarrou os cachos num coque frouxo e só faltou ir no Starbucks pegar um café e se esbarrar num homem rico.

Desceu para a cozinha, eram seis horas em ponto e Alice já estava lá preparando o café. Malu entrou sem falar nada e se sentou no banquinho, apoiando sua cabeça no balcão, estava se sentindo morta. Alice se virou e quase derrubou a garrafa de café no chão, Malu estava parecendo um fantasma.

– Aí Malu! Bom dia…- Alice franziu o cenho a encarando.- Cê tá bem?

– Não, sinto que minha alma já saiu do corpo, já posso ser enterrada no jardim do Arthur…- Alice franziu o cenho, tocando a testa da amiga para verificar se tinha febre e não soube distinguir. Alguns minutos depois, Felipe entrou bocejando e encarou Malu com uma careta.

– Bom dia, surtadinha…- Ele disse e Malu soltou um resmungo como resposta.- Nossa cê tá péssima.

-- Ah muito obrigada pelo elogio...- Malu resmungou.

-- Alice...

– Sim?

– A Malu quebrou.- Alice riu e passou a mão na frente dos olhos inchados de Malu.

– Você dormiu essa noite, Malu? - A garota negou, levantando a cabeça e os encarando.

– Não consegui dormir…- Ela fez beicinho e encarou Felipe, sentindo vontade de chorar.- Emo…

– Que foi, dorminhoca?

– Me dê um soco na cara, por favor.- Felipe franziu o cenho com um sorriso de canto.- Eu imploro!

– O que é isso agora, virou masoquista? - Malu soltou um resmungo e bateu a cabeça no balcão.- Malu! Cê vai se machucar!- Felipe colocou a mão na testa dela, acariciando de leve e suspirou. - Alice, tem dipirona aí? Ela tá fervendo de febre.- Alice entrou na despensa e pegou a maleta de primeiros socorros, eles sempre tinham remédios guardados para quem ficasse doente ou se machucasse. Felipe entregou um comprimido na mão de Malu e um copo com água gelada.- Cê vai se sentir melhor depois de tomar o remédio, anda surtadinha, não gosto de te ver assim…- Malu se forçou a tomar e Alice empurrou um prato com bolachas e uma xícara de café.

– Fica tranquila, Malu, hoje você fica aí sendo nossa crítica!- Malu lhe deu um sorriso pequeno e começou a comer bolachinhas. Depois de comer um pouco, ela deitou a cabeça novamente, fechando os olhos e apenas ouvindo o som de panelas e a batedeira de Alice. Mal ouviu quando Lucas entrou na cozinha e começou a conversar com Alice e Felipe, questionando o motivo pelo qual Malu aparentava estar morta na bancada.

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