Capítulo 20

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Malu estava babando com a cabeça no chão, havia dormido um dia inteiro por causa do efeito do remédio e só acordou na hora do jantar.

Estava sonhando que andava nua pela fazenda, saltitando feliz pelo campo aberto, dançando com as galinhas e de repente dava de cara com milhares de pessoas paradas com os celulares gravando e gritando: Peladona! Peladona!

Ver tantos vídeos sobre seu relacionamento com Mateus, lhe causou pesadelos, estar na mira dos paparazzi não parecia ser nada legal.

A posição que havia encontrado para neutralizar a dor da cólica, era tão ótima que pôde dormir tranquilamente sem se incomodar muito. Abriu os olhos emburrada por estar ouvindo alguém bater tão insistentemente em sua porta, levantou sentindo as pontadas no pé da barriga, colocou uma calça super leve e um camisão de Mateus, não colocou o sutiã, seus seios estavam sensíveis. Puxou a maçaneta franzindo o cenho ao ver Luiz do outro lado olhando-a dos pés a cabeça esperando ver um rio de sangue ou algo do tipo.

– Ah é você...- Ela disse bocejando, Luiz arqueou uma sobrancelha diante de sua reação.

– Isso lá é jeito de falar com seu pai, menina?

– Desculpe, eu ainda tô acordando...- Luiz a olhou, ele parecia preocupado e ao mesmo tempo irritado, Malu não sabia exatamente dizer o que era.- Tá tudo bem, pai?- perguntou estranhando o chamar de pai.

– Eu trouxe uns docinhos da cidade pro cê, fia.- Ele disse cruzando os braços tentando manter a pose de durão.

– Uai, e cade?

– Tá no carro, vamo lá pegar e aproveitar o caminho pro cê jantar.- Malu suspirou fazendo um coque no cabelo, fechou a porta do quarto o seguindo pelas escadas.- O cê tá mior, menina?

– Acho que estou, a dor está mais suportável agora, mas me sinto cansada, papai...- Bocejou mais uma vez, passando pela porta de saída e chegando no carro sentido de seu pai.

– Entra no carro e abre o porta luvas, os docinhos tão lá...- Malu franziu o cenho o encarando e sorriu.

– Uai, e por que o senhor não pega?

– Porque eu quero que cê pegue.

– Tá tentando me sequestrar com docinhos, papai? Que feio...- Disse balançando a cabeça e cruzando os braços tampando o bico dos seios transparecendo na blusa.

– O cê vai pra casa comigo, Malu.

– Não vou não.

– Vai sim!

– Não vou!

– O cê vai e pronto...!- Ele disse segurando seu pulso e a puxando em direção ao carro.

– Eu não quero ir, me solta Luiz!- Ela disse alto o fazendo parar e se virar indignado.

– Por que cê me chamou pelo nome, Malu?

– Uai, é o seu nome, véio doido!

– Oia menina, cê me respeite que eu sou seu pai!- Ele disse segurando seus ombros e a chacoalhando tanto que ela começou a rir ficando zonza.- O cê tá rindo?

– Tô não, impressão sua.- Ela disse gargalhando só porque ele perguntou.

– Sua menina endiabrada, fique aí que eu vou te ensinar a num ficar rindo do seu pai desse jeito.- Soltou o braço dela e começou a tirar o cinto de forma atrapalhada sem perceber que a garota estava recuando lentamente.- Num cê mecha não que cê vai levar umas bordoadas no traseiro, já não bastou fazer toda aquela safadeza na tevelisao, agora também trata seu pai com desrespeito...

Entre Laços & EmbaraçosOnde histórias criam vida. Descubra agora