A maior defesa de Malu, era a risada. Havia momentos em que não podia simplesmente não rir, como em um funeral, um casamento, ou quando estava nervosa como naquele momento.
Rindo e rindo histericamente da cara perplexa de João. Ele penas a encarava como se ela fosse doida, talvez ela realmente fosse já que agia daquele jeito como se o mesmo tivesse contado uma piada muito engraçada que ela poderia morrer rindo.
Apesar da escuridão da noite que ocupava todo o ambiente dentro do celeiro, João podia ver seu rosto claramente.
Uma palhaça, é isso que ela era.
- Já acabou? - Ele perguntou num tom divertido, achando engraçado o sofrimento dela em se forçar a rir.
- Não, pera...- Ela disse enxugando as lágrimas e recuperando a respiração. - Pronto.- E voltou a expressão séria.
- Você é louca?
- Cê é engraçado né...- Malu ligou a lanterna do celular e se aproximou do mesmo, se ajoelhou para ficar do mesmo tamanho que ele e ergueu as mãos para segurar seu rosto, dando uma boa olhada naqueles lábios cheios.- Pra estar falando tanta merda assim, só pode estar chapado.
- Ah pronto, era o que faltava, você colocar a culpa das minhas paranoias na maconha.- Malu deu de ombros.
- E não é? Nada do que você disse faz sentido.
- Você está mesmo tentando me fazer de doido, Malu? Não esperava isso de você, já que é sempre tão direta.- Ele disse retirando as mãos dela de seu rosto e se levantou a deixando plantada no chão, Malu teve que respirar fundo antes de o seguir até a porta, bloqueou seu caminho com os olhos semicerrados.
- Onde você vai?
- Falar com o Mateus é claro, se for mentira ele com certeza vai dizer.
- Mas que merda, João!- Suspirou sentindo certa irritação.- Okay, você me pegou, tá contente?- O sorriso maldoso que se formou nos lábios dele a fez sentir calafrios.
- Sabe o que é mais divertido, marrentinha? Eu só estava especulando e você me confirmou tudo com apenas três palavras.- Malu ficou boquiaberta, os olhos arregalados, e se sentindo uma idiota. Foi preciso respirar fundo três vezes para não o agarrar pelo pescoço e matá-lo ali mesmo.
- Okay, você me enganou e eu caí que nem um patinho...- Malu suspirou sentindo seu rosto quente.- Como descobriu?
- Alguns dias atrás meu irmão chegou em casa completamente estranho, depois de muita pressão ele me contou sobre uma conversinha estranha que ouviu entre você e Vanessa quando foram o ajudar no jardim, ou vocês não são nada discreta ou só subestimaram os ouvidos dele.- João respondeu saindo da porta e se sentando em alguns caixotes com a perna aberta.- Depois disso não foi difícil perceber o quão estranha sua relação com Mateus era, principalmente porque você nem mesmo pareceu sentir falta dele nesses dias.- Malu ouviu tudo atentamente e suspirou se sentindo patética por ter sido descuidada com suas ações mesmo sem a presença de Mateus na fazenda.
- Okay... há quanto tempo você tá me observando, João?
- Desde que te vi espiando pela porta do quarto do Felipe, você estava com a Alice naquele dia, ouvindo a nossa conversa.- Suas palavras a surpreenderam, afinal, nem tinham sido apresentados ainda e ele já estava a observando.
- Pensei que não tinham nos visto naquele dia...
- O Lipe, não.- Ele soltou lentamente a fumaça do cigarro e relaxou os ombros.- Mas nada passa despercebido dos meus olhos biônicos...- Ele brincou fazendo Malu revirar os olhos.
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Entre Laços & Embaraços
FanfictionPenélope tinha apenas 23 anos quando morreu pela primeira vez. Solteira e rica, ela não tinha nada a perder, mas como qualquer mulher jovem, ela também tinha um segredo, segredo este que a mesma acreditava que se soubessem ela estaria encrencada e d...