dysphoria

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Caitlyn e Vi estavam na sala da casa conversando sobre trabalho. De repente, elas escutam pancadas e gritos vindo do banheiro de cima.

"Porra, porra, porra!"- Elas escutaram Lucas gritar.

Preocupadas, elas sobem até o banheiro, onde a porta está trancada.

"Ei diabinho, tá tudo bem aí? Que barulho foi esse?"- Vi perguntou, batendo na porta.

Demora alguns segundos para que ela obtenha resposta, ela escuta passos perceptivelmente raivosos.

"Não é nada, é só que..."- Ele pausa. "Eu menstruei de novo"- Ele diz, frustrado.

O estalado se acendeu na cabeça de Vi. Fazia algum tempo que o anticoncepcional do garoto não estava funcionando da forma desejada e ele acabava menstruando.

"Oh carinha, sinto muito por isso. Podemos entrar?"- A mais velha perguntou.

Ela não obtém resposta, apenas escuta a tranca do banheiro se abrir.  O garoto abre a porta do banheiro e Caitlyn e Vi entram. Ambas abraçam o garoto, que fica sem reação, apenas se fundindo ao abraço das duas.

"Você escorregou ou algo assim, diabinho? Ouvimos uma pancada lá debaixo"- Caitlyn pergunta, preocupada.

Ele fica em silêncio por alguns segundos até decidir falar.

"Não, eu não escorreguei. Eu fiquei com tanta raiva, mas tanta raiva que não me aguentei e dei  socos na porta"- Ele diz, visivelmente envergonhado por admitir.

Vi e Caitlyn olham para o garoto con um olhar empático, tentando o acolher ao máximo.

"Sei que a raiva nos cega e vai como um raio até os punhos, é um impulso instintivo. Mas não é o adequeado, mas com o tempo você aprende como controlar a sua raiva, não é fácil"- Vi diz, logo suspirando. "Deixe-me ver seus punhos, diabinho"- Vi fala logo em seguida.

O menino estende os punhos e mostra para sua irmã, que estão vermelhos, como se tivesse lutado com uma pessoa de aço. Vi e Lucas eram muito parecidos quando se tratava de sua impulsividade e raiva. Ela entendia o quão essa raiva podia te consumir e te controlar.

"Está vermelho. Tá doendo?"- Vi pergunta.

O garoto nega com a cabeça, olhando para seus punhos. Vi acarecia as mãos do garoto, como um gesto de simpatia.

"Sei que a raiva é algo incontrolável para nós, mas não é justo com você se punir dessa forma. Respira fundo e se concentre ao seu redor, até você sentir a tempestade amenizar"- Vi diz, mostrando empatia pelo garoto.

Ele não responde, apenas assente com a cabeça.

"Ei carinha, você precisa de algum suprimento para seu período? Ou você tem tudo o que precisa?"- Caitlyn pergunta.

"Na verdade, não. Os últimos absorventes que eu tinha tinham símbolos femininos e isso me deixou com disforia, então dei para uma amiga"- Ele diz, com a tom meio baixo, com medo de levar reclamação.

"Eu não sei como deve sentir disforia, mas parece uma porra. Não precisa usá-los, se não quiser"- Vi diz, simpatizando com a dor do garoto.

"Vi tem razão, diabinho, você não precisa usá-los. Podemos achar uma alternativa para isso, algo mais confortável e menos disfórico"- Caitlyn complementa.

"É que, isso não é justo comigo"- Ele começa a falar, hesitante.

"Como assim, diabinho?"- Vi pergunta.

Sister's Little Devil (Arcane Modern AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora