𝐖𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑, 𝗌𝖾𝖻𝖺𝗌𝗍𝗂𝖺𝗇 𝗌𝗍𝖺𝗇

𝕭𝖚𝖈𝖐𝖞 𝕭𝖆𝖗𝖓𝖊𝖘

┃ Boa leitura.
┃Capítulo adicionando.
┃Temática do capítulo: Cute.

┃BUCKY BARNES.

VOCÊ ESTÁ LIVRE, JAMES. A VOZ DA DR. RAYNOR ECOOU em minha mente, um lembrete constante de que eu poderia finalmente viver em paz, ser quem eu quisesse e me descobrir como uma nova pessoa em uma nova época. Mas não era tão simples assim. Minha mente constantemente me lembrava da pessoa que eu costumava ser. As lembranças de quando eu era o Soldado Invernal estavam sempre presentes, me atormentando com todo o mal que havia feito. Eram memórias vívidas e frescas, me afligindo a cada momento. Eu me afogava em meus próprios pensamentos, morrendo um pouco mais com cada lembrança. Todos os nomes e rostos ainda eram recentes em minha mente. Isso era um tormento.

Reclamei das constantes lutas que enfrentei, pulando de uma para a outra durante noventa anos. Mesmo que eu quisesse sair disso e abandonar o confronto que esse caos me proporcionava, era algo do qual eu não queria desapegar. Eu já conhecia aquela sensação, a adrenalina, e experimentar a calmaria não fazia sentido para mim, especialmente quando os pesadelos e as vozes gritavam em minha mente.

Minha mente era turbulenta e, por mais que eu tentasse me inserir na normalidade de uma vida comum, eu não conseguia, ou talvez não quisesse. Não fazia amigos; tentei alguns encontros, mas para mim era sufocante estar ali. Sempre saía no meio deles sem dar explicações e sentia o ar voltando aos meus pulmões quando chegava em casa. Tentava dormir, e quando não conseguia, bebia até adormecer. Foi assim durante todo o meu período de cura e aceitação. Mas ainda faltava algo. Eu não conseguia sentir paz. Mesmo que, por um tempo, o caos já não estivesse mais presente, foi quando eu a conheci.

Ela chegou sem chamar atenção, uma pessoa qualquer que às vezes esbarrava comigo nos corredores com algumas caixas devido à mudança. Athena passou de uma simples vizinha para alguém com tanta importância na minha vida que eu não conseguia entender o que fiz para merecer isso. Mas era egoísta demais para abrir mão.

Ela chegou com calma, devagar, para não me alarmar e sem chamar muita atenção. Athena me ofereceu um sorriso gentil e uma xícara de café em seu apartamento, apenas para eu me enturmar mais com a vida. Nos tornamos bons amigos de início e, a partir dali, eu a ajudei em cada fase de sua vida. Ela estava terminando um noivado de longa data e me agradeceu por estar lá. Na verdade, eu deveria agradecê-la por estar aqui por mim. Mesmo sabendo tudo que o governo já havia publicado sobre mim, ela me deixou me apresentar como alguém que eu gostaria de ser. Ela me ouviu e me acolheu sem esperar nada em troca. Nunca entendi o motivo dela querer ficar, mas fico muito feliz por ela ter ficado.

Todas as vezes, ela sentou, ouviu e conversou comigo quando eu estava perdido. Me puxou todas as vezes que afundei e, quando eu caí e ela não sabia como me levantar, estava lá, nem que fosse apenas para se deitar ao meu lado até eu estar bem para levantar novamente.