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FECHEI OS OLHOS QUANDO SENTI SEU TOQUE em minha pele. Parecia que era a última vez que eu teria essa sensação quente de sua pele contra a minha, e meu coração se apertou na mesma hora. Eu já estava à espera de que Sebastian e Christopher fossem chamados para servir, e, por mais que eu estivesse completamente acostumada com a situação, ainda era extremamente doloroso me despedir. Era uma missão de sete meses em um país estrangeiro em guerra, e eles haviam entrado na lista dos quatrocentos nomes convocados. Eu odiava essa sensação de vê-los indo embora porque nunca sabia quando era a última vez que os veria. O lado ruim de ter parentes no exército americano era esse: você nunca sabe quando é o último adeus. Sebastian beijou o topo da minha cabeça e manteve seus braços ao redor de mim, tentando me consolar, mas ele sabia que era em vão. Apesar de suas palavras carinhosas e tranquilizadoras, eu conseguia sentir sua tensão. Sua respiração estava pesada, com puxadas profundas de ar, e seus olhos claros denunciavam algo: ele queria chorar.
Enquanto ele tentava não chorar, eu tentava parar de chorar.
Ele sequer partiu, e eu já sentia falta dele e da nossa rotina. Estávamos em fase de comemoração; havia pouco mais de sete meses que estávamos morando juntos oficialmente, depois de tanta procura, e agora eu não acordaria mais com ele.
Eu iria sentir muita saudade de nós e da nossa vivência.
Por favor, não me deixe.
── Prometemos que isso seria sem lágrimas. ─ Ele falou com um meio sorriso que falhou quando seu queixo tremeu e ele fez uma careta para se impedir de chorar.
── Eu sei, mas eu sou uma pessoa sensível e não consigo! ─ Eu disse, como uma criança birrenta, e ele me apertou em um abraço e finalmente chorou. ─ Desculpe.
── Não precisa se desculpar, amor.
Um abraço apertado e lágrimas de despedida; meu coração se apertava a cada possibilidade de passar seis meses longe dele, deles.
Lágrimas de saudade, lágrimas de medo.
Fechei os olhos quando sua testa tocou a minha e, nesse momento, rezei. Rezei como nunca antes, pedindo a Deus para que eles voltassem bem, para que tudo corresse bem e que tivessem a proteção necessária no campo de batalha. Agradeci por essa oportunidade, pois era a primeira missão deles com a nova patente. Óbvio que estava feliz com isso; significava muitas coisas. Quem não queria ser reconhecido e ser alguém importante no trabalho que tanto amava? Mas não custava nada pedir um pouco de bênção e proteção, e foi isso que fiz durante toda a minha oração.
Não me deixe, amor. Fique.
Por favor.
Tento me acalmar para falar alguma coisa, e Deus, isso é tão doloroso. Eu não consigo.
