Capítulo 23

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Não dessa vez.



Me virei de para cima sentindo uma mãozinha segurando a minha roupa. Passei a mão no rosto e olhei para lado vendo uma cabeleireira loira me abraçando, dei um pequeno sorriso.

O remédio fez com que eu dormisse a noite toda, sem nenhum sonho, depois iria pegar o nome dele. Voltei a minha atenção para o pequeno com seu pijama de dinossauro. Uma coisa fofa.

Tentei me levantei sem que ele acordasse, e graças a Deus eu consegui. Peguei o meu celular olhei a hora que era seis e meia. Eu normalmente acordo mais cedo.

Andei até o meu banheiro e me deparei com uma grande surpresa, meu Deus. Eu não acredito que ele fez isso, eu não sabia se chorava ou achava lindo.

Noah simplesmente usou o meu batom vermelho da Dior. E tentou escrever alguma coisa na parede do banheiro. Andei bem de vagar, o espelho também tinha, ele provavelmente usou uma cadeira para fazer isso. Tentei entender o que estava escrito. Parecia um " bom dia, e você é linda", com um "mamãe." Essa última parte me deixou emotiva, mas esse batom não ia sair tão cedo e nem fácil.

Decidi fingir que não vi, fui até o meu closet, e encontrei outra surpresa, minha bolsa estavam todas no chão, e o meu salto também, e um deles estava mordido. Meu Deus.

Respirei fundo, muito fundo, com toda a certeza vou colocar ele de castigo, eu sei que foi uma coisa carinhosa, mas ele tem que entender que com minhas bolsas e sapatos não se bricam.

Esperei ele acorda, e dei uma bronca, nada muito agressivo, mas foi o suficiente para ele se arrepender, e falar que não iria fazer mais aquilo. Eu disse que gostei do gesto, mas não dele ter bagunçado tudo.

Depois disso ele foi até o quarto do pai dele e voltou com um cartão, disse para eu comprar o que quisesse, não tinha como não rir com essa criança.

(...)

— Mirelle. — meu irmão me chamou mais uma vez, tirei a minha atenção do notebook e olhei para ele. — Você não deveria estar descansando? — levantou as sombrancelhas.

— Não foi para tanto, ok ?

— Não? Você desmaiou. Mirelle, não podia ficar brincando com a sua saúde. — meu irmão era muito preocupado comigo, chegava a ser irritante, depois que eu desmaiei, Théo me fez o desfavor de ligar para o meu irmão, que me encheu de mensagem. O que não foi nada agradável.

— Eu estou bem, não sou uma garotinha que precisa ser cuidada o tempo todo. — isso me irritava.

Desde do acontecido, não gostava de ter pessoas se preocupando demais comigo. Por essa razão quase ninguém sabia o que tinha acontecido, e nem que eu fiz um transplante. Não gostava do olhar de pena.

— Merda, eu sou o seu irmão, e sempre vou me preocupar com você. Para de fingir que tá tudo bem. Mirelle, você não tá bem, e isso desde dia em que aquele desgraçado pisou aqui. — encarei ele com mais firmeza, ele não iria querer levar a conversa para esse lado.

— E você quer que eu faça o que? Em. Que eu senti na porra de um sofá de uma psicóloga e conte todos os meus segredos? Que eu falei para mamãe? Acorda Lucian, a nossa mãe tá pouco de fudendo para o que eu sinto. — a minha voz saiu um pouco arrastada, mas não vou chorar. — E você sabe bem disso, você viu o olhar dela, o que ela me fez fazer. Merda, a minha mãe não fez nada em relação a ele. E agora o que você quer em?

— Eu quero que você converse comigo, Mirelle, eu te amo, sou o seu irmão, te ajudei uma vez e vou fazer isso sempre. — me levantei, odiava ter essa conversa. — Olha para mim Mirelle, agora! — falou firme, e eu fiz isso. — Você não nada daquilo que ela disse, você é perfeita, maravilhosa, Mirelle. Você comanda a porra de um empório.

Sorri para ele, e corri para abraçá-lo, ele era o único que sempre me entendeu, meu porto seguro. Eu e o Lucian sempre entendia um ao outro, sempre nos apoiamos. Afundei o meu rosto em seu pescoço sentindo o seu cheiro.

— Lucian. — murmurei, ele respondeu com um "Hum". — Você acha mesmo que eu não sou um mostro. — ele se separou e segurou o meu rosto. Eu odiava me sentir fraca, mas com Lucian eu sabia que podia ser, por que ele nunca iria me julgar por isso.

— Nunca, eu nunca vou te achar um monstro, a gente dividiu um útero juntos. — sorri. — Crescemos juntos, mesmo que depois você tenha ido morar com o vovô. Mirelle, você é a mulher mais foda que eu conheço, forte, nunca conseguiria passar por tudo o que você passou.

Me permitir chorar em seus braços, meu irmão.

— Pronto, agora chega. — me separei dele, e limpei as lágrimas. Meu irmão sorriu para mim. — Enquanto os carregamentos, chegaram?

Voltei para o meu lugar, Lucian fez o mesmo, se tinha uma coisa que eu gostava nele, era isso entedia que quando eu mudava de assunto.

— Sim. E o Don gostou bastante, disse até que viria para uma noite aqui no Casino.

— Isso é ótimo, um dos melhores traficantes, diga a ele que marcaremos um dia. E enquanto a mesa 10 ? — era uma das mesas que estava tendo problemas, isso só significava uma coisa.

— Estão realmente roubando. — me encostei na cadeira, e esperei por mais informações. — O nome dela é Barbara, tem 27 anos e trabalho com a gente faz dois anos.

— Ela veio de qual casa? — para trabalhar comigo dois anos, só podia ser transferida.

— Da casa de Nova York. — teria que fazer uma visita lá, ele me passou mais algumas informações, disse que a mãe da menina estava doente. E que ela precisava do dinheiro, mas isso não mudava o fato do roubo. E que teria punição, ele se levantou para ir embora, mas antes me deu mais um papel. — E tem mais uma coisa. — juntei as sobrancelhas. — Tem alguém fazendo perguntas sobre a sua vida por aí.

Abri o envelope, tinha várias informações e uma foto, da pessoa que eu conhecia, e muito bem.

— Ezequiel. — dei um sorriso de lado. — O que ele está fazendo? — olhei para o meu irmão. Ele deu de ombros.

— Não sei, mas vindo dele, boa coisa não é.

— A mamãe me ligou mais cedo. — comentei, e ele me olhou. — Pediu para eu dar um emprego para ele aqui. — meu irmão deu uma risada amarga.

— Eu desisto dela. — passou a mão no cabelo. — Fique de olhos abertos, ele tá aprontando.

Concordei, ele saiu me deixando sozinha. Esse desgraçado tava aprontando alguma, e não vai passar despercebido por mim. Não dessa vez.

Um Coração Perdido ( Concluída, Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora