Tentação

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pov: Vitória

Saí do banheiro, ainda sentindo o calor do momento com Ana Júlia. Eu sabia que tinha deixado ela furiosa, mas parte de mim se deliciava com isso. Com um sorriso satisfeito, voltei para a mesa onde Bianca e os amigos estavam sentados.

— Demorou, hein? — comentou Bianca, rindo.

Dei de ombros e peguei meu drink, tomando um gole enquanto me sentava.

— Tinha uma fila enorme no banheiro — menti, disfarçando a verdade.

Tentei me envolver na conversa e aproveitar o restante da noite, mas minha mente continuava voltando para Ana Júlia. As lembranças do beijo intenso e dos toques ainda queimavam em minha pele.

— Vou embora — anunciei, ainda sentindo a adrenalina do encontro com Ana Júlia.

— Fica mais um pouco, Vitória — insistiu Bianca, com um sorriso.

Acabei cedendo. Sabrina estava por perto e começamos a trocar algumas ideias. Ela era divertida e estava claramente interessada em mim. Pensei que talvez fosse bom dar uma chance e tentar me distrair.

Conversa vai, conversa vem, Sabrina se aproximou mais e tentou me beijar. No último segundo, porém, recuei.

— Me desculpa, Sabrina. Mas eu não tô no clima — falei, tentando ser o mais gentil possível. — Você é ótima, divertida, mas não vai rolar.

Ela pareceu entender, embora um pouco desapontada, e acabou se afastando. Fiquei mais um pouco no bar, tentando aproveitar a noite apesar dos sentimentos conflitantes.

Mais tarde, decidi finalmente ir embora. Despedi-me de todos, agradecendo pela noite. Enquanto caminhava com Bianca até a saída, meus pensamentos voltaram para Ana Júlia, como sempre. Eu precisava desabafar e, antes de sair do bar, chamei Bianca para um canto mais reservado.

— Preciso te contar uma coisa — disse, com uma expressão séria.

— O que foi? — perguntou Bianca, curiosa.

— Eu encontrei a Ana Júlia no banheiro. — Comecei, vendo os olhos de Bianca se arregalarem. — A gente... bem, a gente se beijou.

— E você saiu de lá parecendo que ganhou a noite — observou Bianca, rindo. — Mas por que você parece tão tensa?

— Porque eu queria ter terminado aquilo, fazer ela se arrepender pela forma que me tratou — confessei, a raiva e o desejo misturados em minha voz. — Mas aí eu pensei, vou fazer melhor, vou fazer o mesmo que ela sempre faz comigo. Vou deixá-la louca e depois sair como se nada tivesse acontecido.

Bianca balançou a cabeça, rindo e colocando a mão no meu ombro.

— Você foi cruel, Vi. Mas não posso dizer que ela não mereceu.

— Você tinha que ter visto a cara dela. Ela tava se remoendo de raiva e desejo ao mesmo tempo.

Bianca sorriu, admirada com a minha determinação.

— Parece que isso tá longe de acabar.

Me despedi de Bianca e fui pra casa.

Cheguei em casa ainda com a adrenalina do encontro no bar. Tomei um banho quente, tentando relaxar e afastar os pensamentos de Ana Júlia. Quando finalmente me deitei na cama, o cansaço venceu e eu adormeci rapidamente.

Na manhã seguinte, o calor do Rio de Janeiro estava intenso. Acordei com a luz do sol invadindo meu quarto. Sentindo-me renovada e decidida a aproveitar o dia, decidi fazer um churrasco e chamar alguns amigos para se divertir na piscina. Era o tipo de distração que eu precisava.

Além das Traves e PassarelasOnde histórias criam vida. Descubra agora