A viagem fora longa, mas os novos reis finalmente estavam de volta a sede do reino. A noite, os reis e suas famílias se para o último jantar reunidos, já que Augusto tinha que voltar para Tharn com sua esposa e filha para cuidar do reino. Todos conversavam e riam, Theo notou que Matheus e Victor estavam conversando de forma amigável, faziam piadas e sorriam, um passo enorme em comparação ao relacionamento que tinham antes de irem para a "lua de mel".
— Vejo que esse tempo fora do castelo fez bem para os dois — disse Theo sorrindo.
— Conseguimos chegar a um acordo — disse Matheus e Victor assentiu com a cabeça.
— Fico feliz em ouvir isso — disse Augusto — agora posso voltar para Tharn, me perdoem, para a outra sede de Miztharn, sem me preocupar com vocês dois se matando.
— Eu não garanto nada — disse Matheus sorrindo.
— Eu imaginei — disse Augusto sorrindo — Mas falando sério, vocês precisam estar mais unidos do que nunca agora, logo os reis de outras nações virão para Miztharn, não para prestigiar, mas para verem com os próprios olhos a união incomum de vocês, eles vão ser persuasivos e até mesmo ofensivos, tudo para ver se os reis estão realmente preparados para governar o maior reino que existe. Se eles virem fraqueza em vocês, usarão isso a favor deles e tentarão desestabilizar vocês.
— Não se preocupe, meu pai, eu mostrarei a esses reis de merda com quem estão lidando.
— Desde que não chame eles assim na frente deles, acho que vai ficar tudo bem — disse Theo e todos riram.
No dia seguinte, Matheus, acompanhado de Victor e seus pais, se despediu de seus pais e sua irmã e eles seguiram sua viagem de volta para o Castelo de Ferro. Mais tarde, Victor estava praticando com o arco e flecha, Matheus que estava cavalgando pelos campos, viu Victor e foi até ele.
— Treinando para me acertar? — perguntou Matheus parando ao lado de Victor e descendo de seu cavalo preto.
— Se seu corpo fosse tão grande quanto seu ego, você seria um alvo fácil.
— Algumas partes do meu corpo são tão grandes quanto meu ego — disse Matheus com um sorriso malicioso.
— Em que posso te servir, meu rei? — perguntou Victor para fugir daquele assunto.
— Não é nada, meu rei, eu apenas quis fazer companhia ao meu marido nessa tarde ensolarada, afinal, temos que manter as aparências.
— Tem razão — respondeu Victor — é essencial que façamos parecer para outros reinos que nosso casamento é estável.
— E não é?
— Bom, sabemos bem porque nos casamos, e também sabemos que dois príncipes se casando não é algo que se vê todos os dias.
— Parece então que somos únicos — disse Matheus olhando para Victor que ficou corado.
— Eu acho que vou voltar...
— Espere — disse Matheus se virando e segurando Victor pela mão — eu... eu... eu queria saber como faremos para... você sabe, termos nossas necessidades de homem saciadas.
— Bem... — disse Victor tímido — como eu te disse antes de nos casarmos, você pode ter suas mulheres, apenas seja discreto.
— E quanto a você? — perguntou Matheus se aproximando de Victor — você pretende ter... alguém para...
— Eu não quero...
— Precisamos falar sobre isso, é importante que isso seja discutido, até mesmo para não termos problemas com outros reinos questionando a autenticidade do nosso casamento.
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Dois Reis
Novela JuvenilQuando a ameaça de uma guerra obriga dois jovens príncipes diferentes em tudo a se casarem, a vida não se torna mais fácil, muito pelo contrario. O que lhes resta é viverem buscando harmonia, pelo um menos um deles irá tentar.