Capítulo 4 - Moeda de troca

1 0 0
                                    

Já se passara mais de três semanas desde o anúncio do noivado que chocou todos os reinos. Dois príncipes homens, herdeiros dos mais prósperos e poderosos reinos do mundo iriam se unir em casamento, algo jamais visto entre os maiores impérios. Após um mês de viagem, o rei Augusto e seu filho, príncipe Matheus, acompanhados de sua comitiva estavam prestes a chegar nas terras do majestoso reino de Mizthad, belos lagos e florestas cheias de vida cercavam a estrada, era considerado por muitos, o mais belo reino de todos. A comitiva de Tharn finalmente chegara aos portões de Mizthad, na entrada do grande Castelo, o rei Theo e o príncipe Victor aguardavam, enquanto os súditos jogavam flores nas carruagens de Tharn, como sinal de apoio, enquanto outros olhavam com desdém a chegada de seu futuro rei. Augusto e Matheus desceram da carruagem e reverenciaram os soberanos do reino, depois seguiram para o grande salão, para uma festa de boas vindas, onde estava toda a nobreza, juntamente com os plebeus, pois em Mizthad, o rei e seu filho compartilhavam suas comemorações com todos, sendo nobres ou não. Após a festa, forma para o sala de reuniões do castelo, onde estavam reunidos todos os conselheiros de ambos os reis.

— Boa noite a todos — disse Theo — Sentem-se, por favor. Quero começar essa reunião agradecendo vossa majestade, o rei Augusto e seu filho, por virem de tão longe para tratarmos das questões do casamento.

— Nós é que agradecemos a hospitalidade — respondeu Augusto — vossa majestade e vossa alteza estiveram em nosso reino em nosso último encontro, é justo que viéssemos até aqui demonstrar nossa gratidão e apreço.

— Agradeço as palavras. — respondeu Theo acenando com a cabeça — Bom, como todos sabem, o casamento será em três semanas, e como decidido pelos atuais reis de Tharn e Mizthad, será feito na fronteira entre os dois reinos, para garantirmos que ambos os príncipes estejam próximos de suas terras natais. Mas ainda há muitas questões mais importantes para decidirmos, e temos que fazer isso com rapidez e discernimento. O primeiro conselheiro agora tem a palavra.

— Obrigado, vossa majestade — respondeu o velho conselheiro — temos antes de tudo, que decidir onde os futuros reis farão morada, afinal, ambos desejaram permanecer em seus reinos, mas não é possível de bem visto que os futuros reis estejam separados em seus castelos de origem, pois demonstraria discórdia e orgulho, e isso é ruim para ambos os reinos.

— Podemos construir um novo castelo e uma cidade na fronteira entre Mizthad e Tharn — disse outro conselheiro.

— Isso levaria anos — respondeu Augusto — a ideia de uma nova sede dos reinos já está sendo colocada em prática, mas enquanto ela é construída, os príncipes precisam decidir onde ficarão.

— Concordo — respondeu Theo — não importa se for em Mizthad ou em Tharn, vocês dois serão reis, os reinos serão unificados e não fará diferença onde é a sede.

— Sei disso, vossa majestade — disse Matheus — mas como o rei mais velho, reivindico o direito de decidir onde farei minha sede.

— A sede não será sua — respondeu Victor sério — será nossa, e o fato de ser mais velho, não o torna meu superior.

— Talvez não, mas o fato de ser um homem feito e com a verdadeira face de um rei, sim.

— O que você quer dizer com isso? — disse Victor zangado.

— Basta que olhem para mim e para você, e todos verão quem deve ser o homem a frente do reino.

— Você é petulante e grosseiro.

— Dirija-se a mim como vossa alteza — disse Matheus se levantando.

— Você está em meu reino príncipe Matheus — disse Victor também se levantando — e ousou propor minha submissão a você, então será tratado como o arrogante é prepotente que é.

Dois ReisOnde histórias criam vida. Descubra agora