Eu estou em uma caixa enorme e barulhenta, ou seria um elevador? Não sei, não importa. A caixa-elevador está em movimento e eu não consigo me mexer direito.
Percebi que tem caixas de papelão com utensílios dentro ao meu redor, é melhor eu pegar algo para me defender. Rolei meu corpo pro lado até bater em uma dessas caixas, estiquei meu braço e puxei algumas coisas como uma panela, uma colher e uma faca de cozinha. Eu tinha que ser rápida então minha melhor opção no momento era a faca que provavelmente nem cortava direito.
Olhei para cima e percebi que a caixa-elevador ia bater. Merda. Uma faca não adianta nada e eu ia morrer logo que houvesse o impacto. Eu vou morrer e não tem nada que eu possa fazer. Até que a caixa parou. Eu não tinha morrido, ufa. Mas ainda não sei como vou sair daqui e o que pode ter fora. Ouvi um barulho de engrenagem, parece que a caixa está abrindo. Com medo, logo me escondi, ainda com a faca na mão.
A luz do Sol entrou no compartimento e comecei a ouvir vozes. Vozes masculinas. Algumas coisas como "será que não vem ninguém?" ou "cadê ele" eram as mais repetidas. Estava tão concentrada tentando entender o'que aquelas pessoas diziam que levei um susto quando a caixa treme um pouco, um garoto tinha pulado para dentro.
Sem pensar duas vezes me joguei no menino, que estava totalmente despreparado e indefeso, fazendo com que eu caísse em cima dele e logo o imobilizasse e segurasse a faca em seu pescoço.
Ele era loiro, pele clara, com olhos escuros e surpresos e... um pouco familiar, talvez? Algo em seu olhar me dizia que eu podia confiar nele.
-Ei, calma! Não precisa se desesperar não, tá todo mundo aqui no mesmo lado, e a gente geralmente não aponta uma faca pro outro...- ele disse querendo me acalmar e meio brincando também.
As pessoas que estavam lá fora ficaram meio quietas, só consegui escutar algo do tipo "nossa! É uma garota!" e blá, blá, blá.
-Você se lembra do seu nome?- o loiro perguntou chamando minha atenção pra ele de novo e foi então que eu percebi. Eu não lembro de nada. Qual meu nome? Quem sou eu? Não sei. Quem me colocou nessa caixa e porque eu estou aqui? Também não sei.
Eu neguei com a cabeça, meio confusa, e acabei baixando a guarda, deixando com que ele tirasse a faca da minha mão. Me Joguei pro lado pra sair de cima do garoto e sentei no chão.
-Tá tudo bem, eu prometo. Meu nome é Newt. Todo mundo aqui - ele apontou pra cima, onde a caixa havia sido aberta, e eu vi várias cabeças curiosas e masculinas me olhando- chegou sem lembrar de nada também, logo você vai lembrar do seu nome, é a única coisa que eles deixam a gente lembrar- ele continuou.
Nossa, só tem meninos aqui. Quem seriam os "eles" que Newt disse? Quem nos colocou aqui? Eu tinha muitas perguntas, mas achei melhor não perguntar assim de cara. Ainda não tinha gostado do fato de não ter avistado nenhuma garota.
Newt ficou de pé e estendeu a mão pra mim. Aceitei e logo percebi que o único jeito de sair da caixa era com que me puxassem. Odiei. Não queria aqueles garotos encostando em mim. Mas como era o único jeito, Newt e um homem alto, careca, forte e de pele escura me puxaram.
Ao olhar em volta, vi que há diversos muros de pedras cercando a área que estamos, como se aqui fosse um núcleo. Pera aí, tem uma parte do muro aberta, uma saída? Olhei desconfiada a todos e tive uma brilhante ideia. Sair correndo até a abertura dos muros. Segunda ideia do dia. 2 pra mim, 0 pros babacas que me colocaram aqui.
Então fiz o que pensei, sem pensar duas vezes, corri. Corri muito. Eles gritavam para eu parar, pedindo pra alguém me segurar, mas não me importei, só corri o mais rápido que conseguia. Uma mistura de medo, coragem e determinação transcorreram pelas minhas veias. Faltava pouco, muito pouco. Eu ia atravessar até que alguém conseguiu me alcançar e me puxar pelas costas. Meus braços foram segurados e comecei a me debater, mas agora já estavam todos ao meu redor.
Que merda. Fiquei desapontada comigo mesma, só mais um pouco e eu chegava. Eu estava ofegante, e só agora reparei o quão cansada e tonta eu estava. Tudo começou a girar e girar. Eu já não ouvia mais ninguém falando algo, mesmo que visse eles abrindo e fechando seus lábios. A última coisa que vi foi o garoto que me segurava por trás, ele era forte, de cabelos escuros e olhos puxados, e... esse era muito, muito, muito familiar. Então tudo ficou preto.
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Um super super curto só pra introduzir!
Comentem o que vocês estão achando!!!
Logo mais solto o outro capítulo, mais longo dessa vez💖
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Heart by Heart
FanfictionEliza, uma menininha corajosa e determinada, foi entregue junto com seu irmão para as mãos do CRUEL com apenas 6 anos. Desde então vem sendo usada como rato de laboratório, até que um dia foi levada ao labirinto. Ao chegar lá, Liza não lembrava de n...