Eles não são um império.
Eles não são uma família.
Eles não são os heróis.
Eles são uns vilões!
Desde muito cedo Layla aprendeu que deveria manter distancia de Will. Mesmo que ela quisesse se aproximar, ou tentasse, ela era posta novamente em um lug...
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Sempre soube que fui criada e planejada para a hierarquia da família Peyton. Não o Will, e muito menos a Ashley.
Isso ficou mais nítido, quando chego no velório da minha irmã mais velha.
O caixão preto com o brasão da minha família. Ele estava fechado a pedido da minha mãe. Ver esse caixão, me traz lembranças da morte de papai. O único homem que eu exaltava e respeitava.
Ao contrário do que muitos membros presentes da elite estadunidenses pensam, ninguém sofreu com a morte dela. Não que isso não me afetasse, aliás, ela era a minha irmã. Não éramos muito próximas, sabia muito pouco sobre ela. Mas uma coisa que eu sei melhor do que ninguém, é que ela e o Will não foram planejados para esse jogo. Eles são apenas peças que ocupam espaço na caixa de cartas.
Olho para o caixão, e depois desvio para o fundo do salão luxuoso rodeado de grandes candelabros e ilustres com velas que iluminavam o local. Ao fundo, estavam alguns empregados que a minha família respeitava.
E o meu irmão. Sozinho e isolado.
Sinto um forte aperto em meu coração vendo o Will assim. Ele não brincava com crianças como nós. As empregadas não tinham autorização para levar seus filhos para o trabalho. Não depois que o papai morreu, e o Jack tomou seu cargo.
Jack é um Costello, não tem nada que o lembre um Peyton. Cabelos ruivos, olhos verdes, pele parda. Nem dá para se disfarçar. A minha família toda é Loira, dos olhos castanhos, pele clara. Exceto eu.
Mamãe diz que puxei os olhos da minha vovó, um olho verde, e o outro azul. As crianças acham isso estranho, mas eu amo parecer com a minha vovó.
Will levanta a sua cabeça que estava baixa há poucos segundos atrás, e seus olhos castanhos claros encontram os meus. Eu arrisco um sorriso tímido, e ele desvia o olhar, saindo do lugar que ele estava, e eu saio de perto da minha mãe, e vou atrás dele.
Meu irmão passa entre a multidão ignorando os olhares e cochichos. Sigo ele, e entramos em uma sala pequena com algumas estátuas de santos, com as de Jesus, Maria e José, no centro.
É uma sala de orações. O que o Will veio fazer aqui?
-Will?-Chamo ele, andando na sala apertada, em busca dele.
De repente, um estrondo de porta fechando ecoa pelo lugar.
Engoli o seco antes de respirar fundo para olhar para trás, para ver quem era.
Will tem treze anos, ele é dois anos mais velho do que eu. E segundo a Margareth, ela disse que ele está entrando na puberdade. Seja lá o que é isso. Mas ela disse que isso irá acontecer comigo, quando eu tiver doze anos.
-Por que?-A voz de um garoto ecoa pela sala.-Por que decidiu vir aqui, mesmo com todos os alertas?
Sinto meu coração acelerar escutando barulho de passos agora. E levo meu olhar para onde está vindo o som. A figura de cabelos loiros, com um corpo maior do que o meu, está parado ao lado de uma estátua de um santo.
