O amor pode ser uma catástrofe?

Alguns amores não deveriam ter existido.

Eu estou aqui, estou novamente nessa encruzilhada aonde você me deixou, estou voltando aos mesmos hábitos de antes, estou desgostando de mim de novo,  me distanciando de mim mesma outra vez. Não importa o quão distante da dor eu estiver, eu sempre acabo voltando para ela... É como se ela me puxasse para perto, é como se as correntezas da dor de um amor catastrófico tivessem feito morada em mim, e mesmo que as vezes elas se ausentem, elas acabam sempre voltando para casa. ( nesse caso, eu ). Eu estou chorando novamente às escondidas, estou morrendo em cada madrugada em que a ansiedade me acorda. Tudo isso é paranoico demais para mim, estou repetindo o mesmo ciclo, é como se eu estivesse vivendo o luto do nosso amor outra vez, mas essa prosa não é sobre você. Ou melhor, essa prosa não é direcionada ao que você me fez sentir, mas sim sobre o que você não me fez sentir e eu senti com um outro alguém...Porém , você sempre aparece para me assombrar... Você sempre volta de alguma forma. Você sempre dá um jeito de voltar e os traumas que você deixou aqui ainda me perseguem e parece que eles se alimentam dos meus sorrisos, e depois destroem as minhas gargalhadas e convertem em choros longos. Algumas pessoas enchem a boca para dizer , que é errando que se aprende. Mas eu não queria ter errado dessa maneira. O nosso amor nunca deveria ter existido, ou melhor, o meu amor por ti jamais deveria ter existido. Por te amar eu apenas me blindei de inseguranças, me tornei tão desconfiada ao ponto de não conseguir me apegar no lado bom das coisas, pois vivo sempre com medo, e ninguém fala sobre o quão é exaustivo sentir medo de ser feliz o tempo todo. A verdade, é que eu não consigo te amar mais, mas eu ainda não superei os estragos que você causou em mim. Até quando essa catástrofe vai durar?

                                            Autora: Núria Matias.