O dia que eu renunciei o amor.

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Por te amar eu morri lentamente enquanto tu me fazias sorrir. Por te amar eu mergulhei por inteira nas tuas confusões, só para poder te dar um abrigo perto de mim. Por te amar eu bloqueei o que eu merecia, e apenas priorizei o que eu sentia. Por te amar eu me apeguei a uma versão tua que nunca nem existiu. Por te amar eu tentei te embelezar, mesmo depois de ter visto o quão tu eras catastrófico demais para mim. por te amar eu abri mão de quem eu era, só para poder te encaixar ao meu lado. Por te amar eu silenciei a minha voz somente para poder ouvir todos os teus gritos. Se amar significa abrir mão de mim e receber migalhas em forma de amor, então eu não quero amar outra vez. Se o amor é só esse, em que eu sempre saio dilacerada, então eu renego o amor. Se o amor for mesmo isso o que eu senti, então eu não quero encontrá-lo outra vez. Se amar significa ter mãos trêmulas e respiração acelerada o tempo todo por causa de alguém, então eu não quero. Se o amor é mesmo toda essa catástrofe que eu senti, então eu renuncio o amor. Se amar é sentir medo de quem tu amas, então eu não quero sentir amor por ninguém.





Autora: Núria Matias

O amor pode ser uma catástrofe? Onde histórias criam vida. Descubra agora