Tu transbordas em todas as minhas prosas de dor.

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Quantos degraus eu desci, por achar que por ter te feito feliz tu nunca abririas mão de mim? Quantos degraus eu desci por escolher colorir os teus dias de trevas enquanto os meus continuavam cinzentos? Quantos degraus eu desci por ter esquecido de mim para te enaltecer? Quantos degraus eu desci por não ter ido embora quando te vi a me alto-sabotar? Quantos degraus eu desci por ter sorrido enquanto olhava para ti somente para esconder a dor que as tuas palavras causavam dentro de mim? Quantos degraus eu desci por achar que seria a tua salvadora, enquanto que tu nem te importavas em sarar as pequenas feridas que haviam dentro de mim?

Agora tu és apenas alguém que eu aprendi a esquecer, não venha atrás de mim. Entre todos os amores que eu já tive, o teu foi o único que mais perto da morte me deixou. Eu acho que nunca conseguirei te esquecer, e isso me assombra em proporções inimagináveis. Sempre irei me lembrar da catástrofe que você é. Sempre irei me lembrar do quanto eu não me amava quando me permiti sentir algo por ti. Quem eu sou hoje, jamais te deixaria perto de mim, te amar significa desistir de quem sou, significa desistir da minha essência. E eu já não posso mais desistir de mim para te encaixar em lugares aonde tu não serves mais.
Não me peça para te olhar com os mesmo olhos de antes... Eu nunca te deixarei voltar, mesmo que você chore ou sangre, tu eras o motivo da existência de todas as minhas prosas de amor, porém, agora tu és apenas alguém que eu aprendi a esquecer. Tu és apenas aquela prosa que eu jamais recitarei outra vez.






Autora: Núria Matias.

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