⋆˚࿔ 𝓟𝓮𝓻𝓼𝓮𝓯𝓸𝓷𝓮
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."Espere por mim!"
"Não posso. Você sabe que podemos andas juntas, mas não coladas..."
"Pare com essa baboseira, meu coração já está disparado e não aguento mais correr pra te alcançar"
"Venha logo, não tenho tanto tempo, Perséfone!"
Ótimo, estou quase perto dela. Só mais alguns passos para segurar sua mão. Mas um grito vem alarmante:
"Droga! Esqueci meu nó atado, preciso busca-lo. Já volto"-então a vi correr descendo o morro sem olhar para trás
"Estou te esperando!"-grito abafada
"Promete!?"
"Juro de dedinho, Saturno..." -sento no chão e a espero voltar com seu nó atado. Ainda era dia quando ela saiu, agora já observo as estrelas e a lua.
A noite canta para mim e ao admirar as estrelas lembro dela, recordo de seus cachos definidos e olhos estonteantes, de seu sorriso assassino e corpo delineado...
Aproveito a calada do breu para segredar às estrelas meu amor por Saturno:
"Eu sinto como se estivesse nadando nas águas escuras dos cachos dela quando olho em seus olhos infinitos, o castanho escuro me puxa para a imensidão de seus lábios e de seus sorrisos. O abraço dela é meu lar e o beijo é como... bom, esse eu ainda não provei" sussurro com pesar sabendo que ninguém estava lá pra me escutar, lágrimas açoitam meu olhos...
"Saturno deve ser incrível, tu a descreves com tanta paixão que nos deixou apaixonadas! Ela é tão bela como a nossa lua?"- olho em volta e não há ninguém, elas me responderam? Estou ficando louca ou estou realmente falando com as estrelas?!
Carinhosamente, respondo:
"Não, não, não... Saturno, atrevo-me a dizer, é muito mais bela que vossa lua! Porém, sua beleza física é somente a terceira coisa mais linda nela, logo após sua compaixão e inteligência"- brinco dando leves risadas em meio a lágrimas secas.
Muitos dias se passaram depois que a Garota de Saturno me deixou. Desde então, eu converso com as estrelas. As quais se tornaram minhas aliadas...
Em um dia tranquilo e ameno, enquanto dialogava com uma linda rosa vermelha, escutei ao longe um grito sussurrado. Estranhei. Eu conhecia aquela voz... Saturno voltou! Ela voltou pra mim...
Não conseguia acreditar, ela voltou pra mim.
Ou não, ela não é mais minha. Está acompanhada de outra mulher,ignoro.
Minha felicidade era maior que o baque de sua companhia. Meus olhos encham-se d'água que se deixavam escorrer pelo vento, enquanto corria. Estava a cinco passos de dar um abraço de urso nela, era como se estivesse a vendo pela primeira vez, tão linda e tão sorridente, ela não é minha.
Parei de supetão quando vi um brilhante nó atado em seu dedo anelar da mão esquerda. Ela é mais minha... Lágrimas ácidas despejam de meus olhos ardentes, o pensamento de ela não ser minha me assola.
"Você voltou..."- não consegui transparecer minha alegria
"E você cumpriu sua promessa "- ela está genuinamente feliz
"Seu nó é tão... sua aliança é..." -mais lágrimas azedas escorrem- "você está bem? Quem é ela?"
"Sim, estou ótima! E essa é a minha Garota de Netuno"- seu sorriso brilha como o sol...
•Nada se compara à dor de não pertencer a alguém, de pertencer a ninguém. Não adianta gritar sussurros, de nada adianta chorar, você sabe que não pertence a ninguém. Sua tristeza não irá ser ouvida por flores saltitantes nem mortos ambulantes...
Acredita-se que no momento certo a dor irá te sucumbir por inteiro, e você sabe que não aguentará, fuja dos lobos carniceiros, como a minha Garota de Saturno fugiu de mim. Em breve, as estrelas virão conversar contigo, Benzinho.Ass: Perséfone
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A doçura da angústia (Livro I)
PoetryEscrito com uma Luz Trémula por quatro autoras cujas emoções são tão cruéis quanto o Mundo Injusto que as habita, esse livro de ensaios é uma Viagem Sinistra nos Labirintos de emoções impossíveis vividas por quatro Crianças da Noite e seus Relatos I...