⭒๋࣭ ⭑ 𝓐𝓽𝓱𝓮𝓷𝓪𝓼
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.Raiva... Culpa... sentimentos que andam lado a lado, quase de mãos dadas, pelo menos para mim é assim.
A raiva me consome, me transformando em um monstro e depois me destrói, jogando em minha cara o quão horrível eu fui, fazendo com que a culpa abrace a minha alma e vá me destruindo aos poucos.É algo tão confuso que nem eu que sinto, consigo entender.
Sinto-me como o mar no ápice da ira, o mar furioso que acaba por chegar sem avisar, com suas ondas enormes prontas para destruir qualquer barco que estiver próximo, sua agitação é como a queimação que vai consumindo-me aos poucos, como se estivesse retirando toda a minha racionalidade, as ondas brutas que colidem com grandes rochas são todos aqueles pensamentos que perturbam minha mente, rasgando-me a garganta para se libertar, e quanto maior a onda fica, maior é a vontade de explodir... Os barcos próximos são as pessoas a minha volta, expostas ao meu ódio profundo e sendo massacradas por ele... Eu odeio sentir isso!A tonalidade escura das marés é o meu ódio, que a cada dia que passa se torna mais intenso.
Mas uma pergunta que é frequente, "do que você tem tanta raiva/ódio?"... eu também não sei, é como se já estivesse programado em mim, a qualquer momento podendo despertar um gatilho onde eu posso surtar.Eu fico tão cega pela raiva, tão cega, que quando passa, meu corpo treme intensamente como se eu estivesse com hipotermia, mas meu corpo aquece como se eu estivesse febril, meus músculos vão relaxando e a dor física se faz presente. Afinal... não pensamos de forma racional na hora da raiva.
Minha cabeça dói de forma bruta, meus pensamentos vão voltando aos poucos, sendo guiados de volta ao baixar da névoa... os pensamentos vem com uma violência extrema, a culpa vem chegando rapidamente, logo me dando seu primeiro soco."Por que você agil daquela forma??", meu corpo tomba com a pancada.
"Ninguém está relacionado com a sua raiva!", outro soco em minha face.
"Tá estressada? Com o que você está estressada?? Acho que você quer chamar atenção!", recebo mais uma pancada, dessa vez no estômago... fazendo sangue jorrar de minha boca.
"Você está descontando a sua raiva em quem não merece!!", mais um soco, minha face... completamente manchada pelo meu sangue, ou melhor... pelo sangue daqueles que eu já machuquei com as minhas palavras.
Meu corpo exausto tenta se recompor e buscar algo que possa justificar, mas nada pode, o que eu poderia dizer??
Que eu fiz aquilo tudo por estar com raiva? Raiva do quê?
Por qual motivo isso é tão frustrante?
Essa raiva é contagiante e tóxica, tão tóxica quando gás venenoso. Esse gás sufoca-me e me faz desmaiar... Ao acordar, percebo o estrago cometido.
Será que é realmente culpa minha? Ou é só uma maneira de tentar proteger a minha criança interior frustrada e com medo de ser machucada novamente?
A culpa vai se tornando cada vez mais forte, agora presente como um ser, completamente preto, mas forte... forte por sentir o meu medo, sua força vai aumentando ao se alimentar de meu medo e bom...qual seria a minha recompensa?
Ou melhor, consequência?
O remorso me atingindo tão forte no rosto, fazendo meu corpo cair no chão com um estrondo alto, minha cabeça se chocando no chão repentinamente me fazendo fechar os olhos pela dor, minha voz tentando sair... mas não conseguindo, pois estou me afogando, me afogando em raiva e em sangue. Meu rosto completamente ensanguentado, tentando lutar contra aquele sentimento, mas é tarde demais... essa é a consequência, essa é a minha recompensa.
Meu corpo tentando se levantar, mas o sentimento de remorso é mais forte ao me conter no chão... e com um último chute em meu rosto, as imagens do minto que habita em mim se faz presente, mostrando-me todas as merdas que eu fiz, mostrando-me como eu fico sem controle e o pior... as pessoas que eu atingi ou quase atingi por conta disso
o nocalte vem com força...
Agora estou aqui... jogada no chão desmaiada pela culpa que mutilou meu coração...
Sendo arrastada de volta todas as vezes de volta para a tempestade de culpa!Ass: Athena.
Editor: CajuIce.Pág.10
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A doçura da angústia (Livro I)
PoesiaEscrito com uma Luz Trémula por quatro autoras cujas emoções são tão cruéis quanto o Mundo Injusto que as habita, esse livro de ensaios é uma Viagem Sinistra nos Labirintos de emoções impossíveis vividas por quatro Crianças da Noite e seus Relatos I...