Paris, France. August 08th;
02h45 PM.
—Narrator's Point of View
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MAYA MONTIBELLER NUNCA foi uma pessoa religiosa ou supersticiosa, mas naquela tarde ela estava rezando para qualquer ser celestial que o time brasileiro passasse dos Estados Unidos. Maya odiava admitir, mas algo no fundo de sua mente dizia que elas estavam a um passo de serem eliminadas e que ela não poderia fazer nada contra isso. Mesmo com Flávia ao seu lado, segurando suas mãos, Maya não conseguia conter seu nervosismo.
As duas atletas estavam sentadas ao lado da comissão técnica, assistindo ao jogo juntamente com Zé Roberto. O clima era pesado, e tanto Maya quanto Zé Roberto pareciam mais nervosos do que o habitual. A seleção dos Estados Unidos sempre foi um grande desafio, e Maya não podia evitar o sentimento de que estava prestes a surtar com cada ponto disputado.
O jogo havia chegado ao quinto e último set, e o placar estava em 11 x 14 para o Brasil. A pressão era enorme, e Maya sentia cada músculo de seu corpo tenso. Flávia, percebendo a inquietação de Maya, pousou uma mão reconfortante sobre o ombro da jogadora. Aquele toque, simples e carinhoso, trouxe um pouco de calma em meio ao caos. Maya apoiou a cabeça contra Flávia, sentindo o calor de seu corpo e o conforto de sua presença.
De repente, Maya ouviu o som da bola batendo contra o chão e, em seguida, os gritos ensurdecedores da torcida no fundo. Com o coração acelerado, ela abriu os olhos e viu suas colegas de equipe chorando na quadra. A ficha caiu: o Brasil havia vencido, elas tinham conseguido chegar a final dos jogos Olímpicos.
— Vocês conseguiram! — Flávia sussurrou suavemente no ouvido de Maya, que a abraçou com força, ainda apoiando a cabeça no ombro da ginasta. O alívio e a alegria se misturavam, formando um turbilhão de emoções.
— Conseguimos. — Maya respondeu baixinho, sua voz embargada pela emoção, enquanto lutava contra as lágrimas que ameaçavam escapar.
Rosamaria, que assistia à cena de sua irmã abraçando Flávia, sentiu seu coração se aquecer. Depois de tantos anos de incertezas e corações partidos, era evidente que Maya finalmente havia encontrado alguém digno de guardar seu coração. Flávia estava ali por ela, não apenas como uma presença reconfortante, mas como alguém que a entendia e apoiava em todos os momentos, bons ou ruins.
Para Maya, aquele abraço representava mais do que a vitória sobre um adversário difícil. Era a confirmação de que, independentemente do que viesse pela frente, ela tinha alguém especial ao seu lado, alguém com quem poderia compartilhar tanto suas vitórias quanto suas lutas. Naquele instante, enquanto se abraçavam em meio à celebração, Maya sentiu que tinha tudo o que precisava.
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Maya e Flávia estavam deitadas juntas no quarto, que já havia se tornado um espaço compartilhado, refletindo o laço que crescia entre as duas. Flávia estava reclinada sobre os travesseiros, enquanto Maya estava deitada com a cabeça nas coxas da ginasta. Flávia passava os dedos carinhosamente pelos cabelos soltos de Maya, que estava mais relaxada após o intenso jogo contra os Estados Unidos.
Enquanto Flávia a acariciava, Maya contava sobre suas experiências de adaptação na Itália durante a adolescência. Ela falava sobre a dificuldade de estar tão longe de sua família, especialmente de seus pais e sua irmã, enquanto tentava se encontrar em um país estrangeiro, em um esporte que exigia tudo dela. Flávia escutava com atenção, absorvendo cada palavra de Maya, percebendo o quanto aqueles anos moldaram a mulher que estava ao seu lado agora.
Após um silêncio confortável, Flávia perguntou suavemente:
— Você se sente melhor depois do jogo de hoje?
Maya suspirou e sussurrou um "Sim", sentindo o peso dos últimos dias começar a se dissipar.
— Acho que eu nunca vou de fato conseguir me livrar dessas situações, sabe? — Maya começou a confessar, sua voz baixa e introspectiva. — Já melhorei muito desde que comecei a fazer terapia, mas sinto que ainda tenho um longo caminho pela frente até conseguir ficar cem por cento bem.
Flávia, sempre atenta e carinhosa, se acomodou ao lado de Maya, colocando um beijo suave na bochecha da jogadora.
— Obrigada por ter me apoiado. — Maya agradeceu, olhando nos olhos da ginasta, sentindo uma gratidão profunda.
— Apenas fiz o que você fez por mim. — Flávia respondeu, com um sorriso que aqueceu o coração de Maya.
Maya segurou suavemente o rosto de Flávia, aproximando seus lábios para um beijo profundo. O toque era lento, cheio de significado, enquanto ambas se acomodavam melhor uma na outra, sentindo a conexão que compartilhavam. Naquele momento, entre beijos e carícias, as duas atletas sabiam que tinham encontrado um espaço seguro onde poderiam confessar seus medos e receios, sem o temor de serem julgadas.
Cada toque, cada palavra trocada era um lembrete do quanto haviam se apoiado, crescendo juntas em meio às pressões do esporte e das expectativas externas. Na quietude daquele quarto, longe das quadras e da agitação do mundo exterior, Maya e Flávia encontraram um lugar onde poderiam simplesmente ser elas mesmas, vulneráveis e fortes ao mesmo tempo, e isso era mais do que suficiente.
Word Counts: 850
Segundo capítulo do dia pra compensar ontem.
E sim, eu mudei o plot da fanfic para as meninas ganharem ouro e não bronze 🧎♀️
Capítulo Não Revisado!
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Get You || Flávia Saraiva
FanficOnde Flávia e Maya acabam se conhecendo nos arredores da Vila Olímpica e algo entre elas se acende. | Flávia Saraiva x Fem!OC | Short-fic!