PRÓLOGO

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"Você foi o melhor, mas você foi o pior.
Por mais louco que pareça, eu te amei primeiro."
- Gracie Abrams.

*
       

      Ele a avistara em um dia ensolarado, era linda, nunca vira mulher tão linda, as mulheres de Delaunay eram lindas, mas não chegavam aos pés dela.

Quem era ela, afinal?

      A jovem usava um vestido azul marinho e as mais finas joias em seu pescoço, seu cabelo era tão preto que sua pele ficava pálida, estava acompanhada de outra que sorria como se não houvesse nenhuma preocupação, o contraste perfeito. Ele pensara.

A ruína e a pobreza da fronteira com a beleza e riqueza das jovens que perambulavam arredores dali. O que pessoas como elas faziam nas redondezas da Fronteira? 

      — Preciso saber quem é ela! — O soldado disse ao outro.

      — Não vá se meter em problemas, soldado Madurana, aquela é a próxima sacerdotisa de Virgo. — o sargento avisou.

       Ele seguiu quase que correndo atrás das jovens, mas quando chegou perto se conteve, não queria que elas pensassem que estava tão ansioso. Se ajeitou, olhou seu rosto no reflexo de sua adaga, estava sujo.

        — Olá vocês.

       As duas se viraram em direção a ele, ela era ainda mais bonita de perto, os olhos eram dourados como girassóis.

      — Olá senhor! — As duas respondem em uníssono.

      — Vi vocês passando e pensei que talvez quisessem um refresco com esse sol.

Elas se olharam. As duas sabiam bem quem era ele, um Delauano, não deveriam falar com ele.

     — Nós adoraríamos. — A futura sacerdotisa disse sem consultar a outra ao seu lado.

     — Júpiter! — A outra chamou atenção.

O nome soou delicado e forte na boca da outra jovem mais baixa, Júpiter.... O nome mais lindo que ele já ouvira.

     — Por favor, senhorita, não farei mal a vocês.

A outra hesitou, mas concordou. Júpiter sorriu e o seguiu.

     — Então seu nome é Júpiter?

      Ela assentiu envergonhada. Sabia o que o soldado estava pensando a seu respeito, já havia entrado na mente dele logo que cruzaram seus olhares. Júpiter sempre teve curiosidade de conhecer outros que não eram de seu clã, não imaginava que homens de Delaunay eram tão atraentes. 

      — E essa é minha irmã mais nova, Juno. — Apresentou.

As duas não eram nada parecidas, elas sabiam disso. Eram somente meias irmãs.

       — E o seu nome? — Indagou a mais nova ao soldado.

Ele não poderia lhes revelar o nome, estava em uma missão. Mas também não poderia revelar a elas que estava em uma missão.

        — Caio. — Mentiu ele.

        Júpiter soube que ele tinha mentido e achou ousado e fascinante da parte dele mentir para uma aprendiz de sacerdotisa sabendo que ela poderia entrar em sua mente, sempre achara que o dom da verdade impedia os delauanos de falarem mentiras, mas ela estava enganada pelo visto. 

        — Olá meninas! — Edgar, um dos soldados serventes de Delaunay, se aproximou deles.

        — Isso aí garotão, logo duas. — O soldado ruivo brincou olhando para elas.

A Verdade de VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora