Capítulo 1 | Ladra sem disciplina

81 18 298
                                    

*Vênus acima

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

*Vênus acima

"Art.1º -Relacionar-se amorosamente com pessoas de outro clã . Pena - destituição de cargos.
Parágrafo único - Em caso de gravidez em decorrência do crime citado no art 1º a pena é a morte do feto."
- Lei dos Clãs.
        

       A menina, não mais tão menina agora, caminhava pelas ruas de pedras irregulares tentando não esbarrar em ninguém, graças às feiras ambulantes que tinha toda quarta e que dobravam com o Colorum, as ruas estavam movimentadas.

     Até onde seus olhos lilás alcançavam haviam balcões de madeiras desgastadas com frutas, verduras e iguarias, brigando por espaço. Vênus se aproximou de uma banca de melancias, mas se arrependeu logo em seguida, estavam murchas e o cheiro fétido do esgoto que passava dentro da vila tampava o cheiro da fruta.

      A jovem olhou ao seu redor e todos vestiam cores extravagantes, era isso o Colorum, não passava de uma festa para que todos se vestissem ridiculamente coloridos, o verdadeiro significado havia se perdido durante os anos.

     Todos esqueciam que aquela festa era para agradecer a natureza, fazer a passagem do inverno para primavera e também para refletir sobre o dia em que o mago Selenum morreu por Delaunay.

     — Tapeçarias a 20 pratas! — Gritou um comerciante.

      Os mercadores tentavam competir para ver quem gritava mais alto a fim de chamar a atenção dos clientes, pareciam cansados e incomodados com o fedor do esgoto. Era um trabalho árduo demais para conseguir somente algumas peças de pratas no final do dia, ela sentiu pena deles.

      Havia música nas ruas, pessoas olhando os espetáculos da sacada das casas de madeiras, os mercadores aproveitavam esse dia para vender mais e as mães para procurar pretendentes para suas filhas, todos estavam desesperados em busca de um futuro melhor.

     Ao passar por entre um grupo de mercadores vestidos com uma túnica azul de algodão e bem mais limpa que a dos outros ali presentes, avistou uma enorme banca de joias, seus olhos recaíram sob um bracelete de rubi tão vermelho e vivido que se sobressaia entre as outras. Tão desprotegida, ainda que os mercadores estivessem na banca, sua atenção estava nos outros clientes, não seria roubo se o dono não a visse pegar.

     Com mãos leves e ágeis ela retirou a joia do meio das outras e levou a um dos muitos bolsos do casaco grande que havia herdado de um dos meninos do orfanato, tomou cuidado para que o objeto não fizesse nenhum barulho ao se chocar contra os outros que estavam no mesmo bolso. Se certificou que nenhum olho estaria nela, se fosse flagrada roubando teria seu dedo decepado igual fizeram com seu ex-amigo, poderia ser um simples bracelete para ela, mas a lei dos clãs não admitia roubos em nenhuma espécie.

A Verdade de VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora